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sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

O Queratocone: tratamento passo a passo...

A córnea, a estrutura anterior do olho, é uma barreira transparente convexa. Existe para manter a estrutura do olho intacta e orienta a penetração de luz no olho com destino à retina. Anatomicamente está dividida em 5 camadas diferentes: epitélio, membrana de Bowman, estroma, membrana de Descemet e endotélio.

Camadas da Córnea
O queratocone é uma doença querática ectásica não inflamatória, caracterizada por uma protusão cónica da córnea associada a diminuição da sua espessura na zona do cone. Distingue-se das outras ectasias da córnea, como a degenerescência marginal pelúcida ou queratoglobo, pela localização bastante típica do cone, coincidente com a zona de menor espessura da córnea. É tipicamente bilateral, mas pode revelar-se bastante assimétrica. O cone geralmente tem uma localização paracentral temporal.


O queratocone terá, provavelmente uma origem multifatorial. A protusão da córnea causa alta miopia e astigmatismo irregular, afetando a qualidade visual. Normalmente o queratocone aparece durante a segunda década de vida (puberdade), no entanto pode surgir mais cedo ou mais tarde, progredindo até à quarta década onde normalmente estabiliza.

O queratocone representa a primeira causa de ectasias congénitas, afetando um em cada 2000 indivíduos. Esta doença congénita, não inflamatória, habitualmente bilateral manifesta-se como uma instabilidade progressiva do estroma, levando á redução da rigidez corneana.
Com o aumento da procura da cirurgia refrativa LASER para corrigir 
miopia e astigmatismo, aumentou-se o grau de alerta para as doenças ectásicas da córnea, levando a que sejam detetadas numa fase bastante precoce, devido ao avanço tecnológico dos topógrafos/tomógrafos de córnea. Assim, é possível cada vez mais diagnosticar o queratocone em fases iniciais. Sendo o queratocone uma contra-indicação expressa para a realização da cirurgia LASER. 

Existem várias classificações do queratocone, nomeadamente para estabelecer o seu estadio evolutivo. Podem ser classificados segundo morfologia e queratometrías (curvatura).

O queratocone causa distorção ótica com aumento das aberrações de alta ordem, resultando da irregularidade da córnea. Os doentes com queratocone descrevem um aumento da visão com o porte de lentes de contacto especiais.

O tratamento do queratocone divide-se em dois ramos: 
1) Não cirúrgico, onde estão incluídos os óculos e as lentes de contacto especiais;
2) Cirúrgico, onde surge o cross-linking, os anéis intra-estromais e o transplante de córnea.

Transplante de Córnea
Como primeira abordagem do tratamento devemos sempre iniciar pela correção de óculos (estadios iniciais da doença) e lentes de contacto, resolvendo-se o ganho de visão na grande maioria dos casos com estes dois métodos, tendo um papel fundamental as lentes de contacto especiais.
Existindo progressão comprovada da doença deve-se optar pela realização do cross-linking, procedimento cientificamente comprovado como sendo o único a parar ou diminuir a progressão da doença. Este procedimento não tem como objetivo o ganho de visão, e é compatível com o uso de lentes de contacto.

Havendo intolerância ao porte de lentes de contacto, pode-se optar pelas outras opções cirúrgicas, tais como os anéis e o transplante. Ambas as técnicas tentam regularizar a superfície da córnea para fornecer melhor visão aos doentes, não garantindo ganhos visuais como as lentes de contacto especiais. É possível após a realização destes procedimentos a necessidade de usar novamente lentes de contacto especiais.


Informação retirada daqui

Rodolfo Moura
(Ortoptista)
Luís Torrão
(Oftalmologista)

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Sintomas do Queratocone


A Queratocone é uma doença não inflamatória, o que, por norma, não provoca dor. Pode desenvolver-se de repente, ou progredir ao longo de vários anos. A córnea é uma ligação até aos componentes do olho, assim como uma mudança física visível na forma da córnea, que incluem alguns sintomas:

-Dores de cabeça
-Irritação ou sensação de olhos irritados 
-Olho seco
-Visão desfocada
-Sensibilidade à luz
-Brilho e halos em torno de luzes 

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Ceratocone - Tratamento


O ceratocone pode não apresentar sintoma algum até que já esteja bem avançado. Se a dificuldade visual não for notada na escola, as vezes a criança percebe que não esta vendo bem quando coça ou tampa o outro olho que enxerga melhor.
Os principais sintomas que são apresentados nos pacientes com Ceratocone desde o início da doença são: dor de cabeça, fotofobia, desconforto visual, baixa da acuidade visual, além das periódicas trocas das lentes em seus óculos. Com a progressão da doença, os óculos já não apresentam mais correção e a opção passa a ser o uso de lentes de contato. Entretanto, nessa fase há pouca tolerância às lentes e a adaptação com elas passa a ser difícil e às vezes, até impossível.
Frequentemente o Ceratocone tem associações com alergia, e pruridos oculares podem ser gatilhos que desencadeiam a doença. De forma geral, quanto mais precoce são os sintomas e o aparecimento da doença, pior pode ser o prognóstico para o paciente.

Até há pouco tempo atrás, os tratamentos para o Ceratocone consistiam simplesmente em prescrições de óculos ou de lentes de contato. Quando a utilização destes métodos começava a não surtir mais efeito, então o transplante de córnea passava a ser a única solução para o caso.
A grande novidade no tratamento do Ceratocone chama-se CrossLinking. Esse tratamento fortalece as fibras de colágeno da córnea, impedindo que as deformidades progridam. Associado a isso, no mesmo momento, os mapas topográficos do relevo da córnea são usados para guiar o laser e corrigir as deformidades pré existentes, trazendo a córnea para um novo formato mais regular que permitirá uma melhor visão.
Uma outra opção são os anéis intra-estremais como o Anel de Ferrara, são próteses acrílicas aplicadas na córnea para diminuírem suas deformidades.
Como pudemos ver, apesar do Ceratocone ser uma doença que merece grande atenção do paciente, com os avanços da medicina e as novas tecnologias disponíveis no mercado, o problema pode ser mais facilmente tratado. Se você se encontra com os sintomas que citamos acima, não perca mais tempo, procure um oftalmologista de sua confiança e agende uma consulta.

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Transplante Vs Crosslinking


Casos muito avançados de ceratocone ainda necessitam de um transplante de córnea. Porém, hoje os transplantes são muito menos frequentes do que já foram há 10 anos, depois que o Crosslinking foi criado.
O ceratocone é uma doença com causas ainda desconhecidas, mas que pode causar impactos bastante intensos na visão. Por isso, o ideal é buscar acompanhamento médico e tratamento. Nesse sentido, o crosslinking é uma opção recomendada, pouco invasiva e que ainda ajuda a impedir a progressão da doença.
Caso ainda tenha alguma dúvida sobre o assunto, deixe nos comentários e aproveite para participar.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Tratamentos a Laser


O laser é uma excelente alternativa para corrigir as deformidades corneanas geradas pelo ceratocone. Em um tratamento combinado de laser e Crosslinking, mapas de relevo da superfície da córnea são passados para o laser que será programado para fazer um tratamento personalizado para correção das deformidades encontradas.
Áreas mais curvas serão aplainadas, áreas mais planas encurvadas, trazendo o centro da córnea para um formato mais regular que permite uma melhor visão, possibilitando que os óculos passem a contribuir com a qualidade de visão perdida pelas distorções do ceratocone.
Após a correção do laser, o Crosslinking irá fortalecer a córnea no seu novo formato mais regular, estabilizando a evolução do ceratocone. A combinação desses dois tratamentos melhora consideravelmente a qualidade da visão e impede a progressão do ceratocone.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Tratamentos do Ceratocone


O único tratamento que impede a progressão do ceratocone chama-se Crosslinking.
Os demais tratamentos visam amenizar as distorções criadas pelo ceratocone na córnea, buscando uma melhora na qualidade da visão.
O Crosslinking fortalece as fibras de ligação de colágeno da córnea, evitando sua deformação. Uma aplicação de Raios UltraVioleta com a Riboflavina é suficiente para a o fortalecimento das ligações das fibras de colágeno, estabilização à evolução da doença.
Os anéis intra-estromais são próteses acrílicas implantadas no interior do tecido corneano, que diminuem as deformidades criadas pelo ceratocone, melhorando a visão.

domingo, 1 de janeiro de 2017

Tratamento do ceratocone


Hoje em dia, há tantas opções de tratamento do ceratocone que até parece surgir uma nova especialidade. A doença é resultado de uma alteração das fibras de colágeno que, progressivamente, faz com que a córnea adquira formato cônico e irregular, resultando em consequente progressão da miopia e do astigmatismo. De acordo com a National Keratoconus Foundation, nos Estados Unidos, a causa exata da doença ainda é desconhecida. Sabe-se que a genética, o ambiente (alergias, coceiras nos olhos, estresse oxidativo) e fatores hormonais desempenham um papel fundamental para o aparecimento do problema. Tanto que é muito comum durante a puberdade e pode progredir durante a gravidez. Mas também o uso incorreto de lentes de contato – bem como lentes que não transmitem oxigênio adequadamente – pode provocar ceratocone.
Visão embaçada é, geralmente, o sintoma que mais leva o paciente a recorrer a um especialista neste caso. O que, em princípio, parece um astigmatismo elevado, pode se transformar num diagnóstico de ceratocone depois de o paciente ser submetido a uma topografia corneana – exame realizado na fase inicial da doença. Em muitos casos, a doença permanece na fase mais simples, sendo tratada com o uso de óculos de grau.
Globalmente, o ceratocone atinge uma em cada duas mil pessoas, sendo que a forma mais grave pode resultar na perda da visão – exigindo transplante de córnea. Por isso, essa doença ocular preocupa tanto os médicos oftalmologistas, sendo de fundamental importância o diagnóstico precoce para interromper sua progressão e permitir um tratamento mais bem-sucedido.

Tratamentos dependem da gravidade da doença
Em resumo, há cinco fases distintas de tratamento da doença: inicial (que começa com óculos e lentes de contato), moderado e estável, moderado em evolução, avançado e avançado com opacidades (que exige transplante de córnea). Vale a pena conhecer um pouco mais do que cada tecnologia e tratamento oferecem.

Lentes de contato
Tão logo seja diagnosticada a doença, o tratamento pode ser realizado com o uso de lentes de contato ou de óculos. As lentes mais modernas oferecem melhor resultado. A híbrida tem a parte central mais rígida e a periférica gelatinosa. Já as lentes esclerais dão um resultado ainda melhor. Por terem um diâmetro grande, elas se apoiam na parte branca do olho, a esclera, oferecendo mais conforto e segurança.

Lentes intraoculares fácicas
Quando, além do ceratocone, o paciente também tem alto grau de miopia, ele pode se beneficiar muito das lentes intraoculares fácicas. Elas são implantadas no interior dos olhos e podem corrigir até 20 dioptrias (grau). Geralmente essas lentes proporcionam excelente melhora da visão a distância sem necessidade de óculos de grau ou lentes de contato. Há estudos demonstrando que praticamente 80% dos pacientes nunca mais usaram os óculos de grau mesmo tendo passado três anos após a cirurgia nos dois olhos. Alguns poucos pacientes continuaram usando óculos após a cirurgia apenas para ler.

Anéis intracorneanos
Numa fase intermediária, os anéis intracorneanos são indicados para restaurar a asfericidade da córnea, ou seja, para o seu aplainamento. Eles podem melhorar a tolerância às lentes de contato e adiar uma cirurgia. A técnica envolve a inserção de dois segmentos de arco de acrílico especial na córnea. Além da aprovação do FDA (Estados Unidos), recentemente o procedimento foi incluído pela ANVISA nos itens obrigatórios de correção por planos de saúde no Brasil.

Cross linking de colágeno
Dado que o ceratocone é uma alteração nas fibras de colágeno, o cross linking se resume à aplicação de uma vitamina chamada riboflavina (B2) na córnea que, quando exposta à luz ultravioleta a cada cinco minutos durante um total de 30 minutos, estimula novas ligações entre as moléculas de colágeno. A técnica não só endurece a parte anterior da córnea e estabiliza o ceratocone, como em alguns casos proporciona melhor visão. Trata-se de uma alternativa segura e que tem resultado em importantes benefícios para os pacientes. Mais de 100 artigos revisados de várias partes do mundo demonstraram que a efetividade do cross linking gira em torno de 93%.

Método CAP – Contour Ablation Pattern
Com esse tratamento personalizado, o cirurgião utiliza o laser Excimer precisamente controlado para esculpir a córnea e atingir o resultado ideal. Pacientes com mais de 30 anos de idade, visão estável e córneas com espessura suficiente podem se beneficiar muito do método CAP, obtendo resultados muito parecidos com a cirurgia a laser PRK (fazendo uso de óculos). Normalmente, o cross linking é associado a essa modalidade.

Transplante de córnea
O transplante de córnea é uma opção a ser considerada nos estágios mais avançados de ceratocone. Os resultados têm apresentado uma taxa de sucesso superior a 97%. O paciente pode realizar uma cirurgia a laser (LASIK ou PRK) logo após o transplante e ficar menos dependente de óculos ou lentes de contato.

Ceratoplastia lamelar profunda (DALK)
Neste caso, o transplante é realizado tomando-se o cuidado de preservar a camada interior da córnea – chamada de endotélio. Essa técnica tem se destacado por reduzir os casos de rejeição. Havendo qualquer embaçamento da visão depois do transplante, o paciente deve procurar seu médico imediatamente, porque, ainda que haja rejeição, se ela for imediatamente tratada, o paciente recupera 100% da visão.

Laser de femtossegundo
O uso do laser de femtossegundo, que utiliza pulsos de luz no lugar das lâminas de corte, vem surpreendendo tanto a classe médica quanto os pacientes, proporcionando uma cirurgia muito mais precisa e segura, além de garantir uma recuperação mais rápida para os pacientes. Essa tecnologia vem sendo bastante valorizada pelos portadores de ceratocone que desejam melhorar a visão com ou sem lentes de contato. Seu uso também já foi aprovado na realização de transplante de córnea (também conhecido como IEK). Trata-se de um dos maiores avanços na cirurgia de córnea nos últimos 30 anos.

Informação retirada daqui