Páginas

Mostrar mensagens com a etiqueta 4-Doenças. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta 4-Doenças. Mostrar todas as mensagens

sábado, 7 de maio de 2022

Alergias - Prevenção

O tratamento que permite o controlo divide-se em várias abordagens, mas baseia-se, primeiro, num diagnóstico correto.

Os pilares fundamentais no controlo da doença são:

-Educar o doente e da sua família;

-Evitar os fatores de agravamento;

-Tratar os episódios agudos ou crises, com utilização de fármacos que aliviam a obstrução dos brônquios;

-Planear o tratamento preventivo ou de controlo através de vacinas antialérgicas.

Evitar os alergénios do ambiente interior

Os ácaros do pó doméstico representam a principal causa de alergia na população portuguesa. As medidas aconselhadas para evitar a sua exposição e a outros contaminantes, são:

-Manter um arejamento e ventilação adequadas;

-Evitar alcatifas e carpetes, substituindo-os por pavimentos de linóleo, mosaico ou madeira envernizada;

-Utilizar colchões recentes, com menos de um ano;

-Colocar coberturas anti ácaros nos colchões e almofadas;

-Utilizar lençóis de algodão e edredão sintético;

-Lavar a roupa da cama e as cobertas plásticas com água a temperaturas superiores a 50ºC;

-Remover do quarto peluches ou objetos que acumulem pó (ex. livros);

-Usar aspirador com filtro de alta eficiência (HEPA);

-Controlar a humidade relativa em valor inferior a 50%;

-Nos doentes alérgicos a fungos, as medidas de controlo ambiental são semelhantes. Nos alérgicos a animais domésticos - gato, cão, coelho, hamster, entre outros - será necessário removê-los da habitação.

Evitar os alergénios do ambiente exterior

Os pólenes são os alergénios mais importantes do ambiente exterior. Para estes doentes alérgicos a este elemento, cuja época habitual é a primavera, algumas medidas podem ser úteis:

-Conhecer o boletim polínico da região (disponível no site da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica - www.spaic.pt);

-Planear viagens de trabalho ou férias elegendo alturas do ano e locais livres dos pólenes para os quais é alérgico;

-Evitar ir para o campo durante os períodos de grande concentração de pólenes, em especial no período da manhã;

-Manter as janelas fechadas durante o dia em casa, optando por fazer ventilação ao entardecer;

-Usar óculos escuros;

-Viajar de carro com as janelas fechadas, sendo que os motociclistas devem usar capacete integral.

Evitar o fumo do tabaco, ativo e passivo

O fumo do tabaco acresce o risco para o aparecimento de asma e outras doenças alérgicas, e nas crianças com esta patologia aumenta do risco para a ocorrência de crises graves, que podem levar ao internamento hospitalar.

Os pais de menores asmáticos deverão ter consciência de que se fumam ou deixam que outros fumem perto dos seus filhos (em casa, no carro…) estão a prejudicar gravemente a saúde das crianças, aumentando de forma significativa a gravidade da doença. É preciso não esquecer que os mais pequenos não pode manifestar verbalmente o seu mal-estar, e que a tosse é habitualmente a sua única forma de expressão.

Alergias - Tratamento

Há vários medicamentos que podem ser divididos em três grupos:

Medicamentos sintomáticos, para o alívio das queixas, incluindo anti-histamínicos para o controlo dos sintomas de alergia a nível do nariz, dos olhos ou da pele, e broncodilatadores para o tratamento das queixas de asma.

Medicamentos preventivos, anti-inflamatórios, que permitem combater a alergia e evitar o aparecimento dos sintomas.

Vacinas anti-alérgicas. São um tratamento específico, dirigido ao alergénio implicado, que têm uma grande eficácia desde que administradas corretamente e sob vigilância estrita do médico da especialidade de Imunoalergologia. É um método que visa modificar a evolução da doença alérgica. Por exemplo, em pacientes com rinite a pólenes que têm risco aumentado de vir a desenvolver asma, as vacinas poderão prevenir esta evolução.

As doenças alérgicas quando são crónicas, formalmente, não têm cura. Assim sendo pretende-se, como principal objetivo, obter o controlo e assim permitir uma adequada qualidade de vida. Falamos em vacinas anti-alérgicas ou em protocolos de indução de tolerância para medicamentos ou alimentos, os quais, os especialistas têm capacidade para aplicar de acordo com indicações estritas.

De qualquer modo, um doente alérgico pode estar décadas sem sentir qualquer sintoma de alergia, sendo menos provável acontecer quanto mais controlado estiver.

Alergias - Diagnóstico

O reconhecimento correto e atempado destes quadros clínicos de ligeiros a muito graves, permite delinear medidas de atuação em termos de diagnóstico e de tratamento, oferecendo alternativas alimentares e medicamentosas, estruturando a atuação de emergência se sintomas muito graves ocorrerem.

No entanto para que o diagnóstico seja possível é importante que os médicos assistentes e os cidadãos afetados, adultos ou crianças, grávidas ou idosos, sejam encaminhados para um especialista em Imunoalergologia.

Alergias - Sintomas

As doenças alérgicas são muito frequentes mas a sua gravidade é variável. Se é bem conhecido que a asma pode ter um desfecho fatal, as picadas de insetos, a toma de medicamentos ou a ingestão de alimentos, não são habitualmente, nem reconhecidas, nem valorizadas, como responsáveis por quadros muito graves.

Em alguns doentes alérgicos o contacto com alergénios, mesmo em quantidades mínimas, pode ser muito perturbador:

A ingestão não reconhecida de alergénios alimentares, ocultados em outros alimentos (por exemplo, leite misturado com sumos de frutas ou mesmo com bebidas alcoólicas – “licor de leite”-, pode colocar a sua vida em risco.

Os acidentes relacionados com a toma de medicamentos devem ser referidos à equipa de saúde e bem conhecidos pelo próprio e pela sua família e amigos.

As reações relacionadas com picadas de insetos, especialmente se muito graves, devem ser rapidamente referidas ao médico assistente, o que geralmente não é efetuado. E a situação pode traduzir um risco de vida permanente.


Alergia a insetos

Quando suspeitar de uma alergia a insetos?

Muitas espécies de insetos podem provocar reações alérgicas, na maioria das vezes locais, como é o caso dos mosquitos, melgas, moscas, pulgas e percevejos. No entanto, em alguns doentes alérgicos ao veneno de himenópteros – abelha e vespa – a sua picada pode desencadear reações sistémicas, muito graves. 

Geralmente a picada de insetos provoca apenas a reação local, com dor, comichão, vermelhidão e inchaço, resultante da injeção dos componentes tóxicos do veneno. Nos casos de reação alérgica grave (anafilaxia) os sintomas surgem geralmente alguns minutos após a picada e têm vários graus de gravidade, desde reação cutânea (urticária, angioedema), sintomas digestivos (náuseas, vómitos, diarreia, dor abdominal), respiratórios (pieira, estridor, falta de ar), cardiovasculares (taquicardia, tonturas, confusão, sensação de desmaio), até ao choque anafilático com paragem cardiorrespiratória. O risco é habitualmente maior nas picadas de abelha do que nas de vespa. Os doentes com história de reações sistémicas devem ser portadores de um estojo de emergência com adrenalina para autoadministração. E devem ainda ser referenciados a um Centro de Imunoalergologia, para avaliação e eventual indicação para vacina anti-alérgica com extrato de veneno em ambiente hospitalar.

Alergia Alimentar 

Quando suspeitar de uma alergia alimentar?

Quando manifesta sintomas, imediatamente ou próximo da ingestão de um alimento, e menos frequente após o contacto ou inalação de vapores da sua cozedura.

Quando sintomas idênticos se repetem após a ingestão da mesma comida, ou de alimentos relacionados.

Quando manifesta, próximo da ingestão de um alimento, os seguintes indícios isoladamente ou combinados:

Pele e mucosas - manchas ou pápulas vermelhas na pele com comichão (urticária), inchaço; comichão na boca;

Digestivo: náuseas, vómitos, diarreia, cólica abdominal;

Respiratório: espirros, comichão nos olhos ou lacrimejo, tosse, chiadeira no peito, dificuldade em respirar.

Reação alérgica grave (anafilaxia), podendo envolver vários órgãos como a pele, sistema respiratório e digestivo e/ou sintomas cardiovasculares, traduzindo uma queda súbita da pressão arterial, suores, palidez, palpitações e perda de consciência.

Após realizar um exercício físico intenso, uma reação alérgica que pode variar desde uma urticária até uma reação alérgica grave.

Comichão na boca, com ou sem inchaço dos lábios e/ou língua, imediatamente após a ingestão de alimentos vegetais, como os frutos frescos – síndrome de alergia oral.

Vermelhidão e comichão na pele – urticária de contacto.

Em crianças, presença de um eczema moderado a grave, particularmente nos primeiros anos de vida.

Quando ocorrem, particularmente na criança, sintomas digestivos frequentes como recusa alimentar, vómitos, diarreia, má progressão no peso ou sangue nas fezes.

Se tiver o diagnóstico de esofagite eosinofílica.

Os doentes com história de reações alérgicas graves devem ser portadores de um estojo de emergência com adrenalina para autoadministração, em situações de ingestão acidental do(s) alimento(s) a que sejam alérgicos. Recomenda-se que os pacientes com alergia alimentar sejam avaliados em Centros de Imunoalergologia, com experiência nesta área, principalmente pelas particularidades inerentes ao diagnóstico de alergia alimentar de acordo com a idade do doente – particularmente nas crianças – pela complexidade de algumas situações envolvendo reações de reatividade cruzada entre grupos de alimentos, pela possibilidade de em situações mais graves terem que ser efetuados procedimentos específicos de indução de tolerância oral (leite de vaca ou ovo, por exemplo).

Alergia ao látex 

Quando suspeitar de uma alergia ao látex?

O látex (borracha) entra na composição de múltiplos produtos, incluindo material de uso médico (luvas, cateteres, algálias, máscaras, drenos, sondas, garrotes, entre outros) e de uso corrente (preservativos, bolas, balões, toucas, brinquedos, chuchas, tetinas...).

Os sintomas de alergia ao látex podem variar desde a reação alérgica local (urticária de contacto), rinite (espirros, prurido nasal, corrimento), conjuntivite (prurido, vermelhidão, lacrimejo), asma (dispneia, pieira e tosse), até episódios de reação alérgica grave ou choque anafilático.

 Deve suspeitar de alergia ao látex quando:

Ocorre uma reação alérgica em criança ou adulto submetido a múltiplas cirurgias (ex. espinha bífida e outras malformações congénitas) ou com exposição profissional ao látex (ex. profissionais de saúde, veterinários, cabeleireiros...);

Sintomas imediatos após contacto com luvas de látex, preservativos ou outros produtos contendo látex (contacto direto e/ou inalação de partículas dos alergénios de látex);

Reações durante procedimentos médicos ou cirúrgicos, tais como tratamentos dentários, exames ginecológicos, ou intervenções intra-operatórias;

Reações com alimentos com reatividade cruzada descrita com o látex (síndrome látex-frutos).

Os doentes com história de reações alérgicas graves devem ser portadores de um estojo de emergência com adrenalina para autoadministração, em situações de exposição acidental, ao látex e/ou a alimentos com reatividade cruzada com látex a que sejam alérgicos. Estes pacientes devem ser referenciados a um Centro de Imunoalergologia, para avaliação e eventual indicação para imunoterapia (vacina antialérgica) com extrato de látex em ambiente hospitalar.

Alergia medicamentosa 

Quando suspeitar de uma alergia a medicamentos?

Quando manifesta, próximo da administração de um certo medicamento, os seguintes sintomas (isoladamente ou combinados): mais frequentemente envolvimento da pele e mucosas, com manchas ou pápulas vermelhas com comichão (urticária, exantema), inchaço (angioedema) ou prurido cutâneo; menos frequentemente queixas do aparelho digestivo, náuseas, vómitos, diarreia ou cólicas abdominais; queixas oculares e/ou respiratórias, comichão nos olhos ou lacrimejo, espirros, tosse, chiadeira no peito ou dificuldade em respirar; ou mesmo sintomas cardiovasculares, traduzindo uma queda súbita da pressão arterial (hipotensão), com tonturas, palpitações, sensação de desmaio ou mesmo choque e perda de consciência.

Quando manifesta, imediatamente ou próximo da administração de um certo fármaco, uma reação alérgica grave (anafilaxia). As mais relevantes surgem, na maioria dos casos, nos primeiros 30 minutos a uma hora após a sua administração.

No caso de comprovada alergia a medicamentos os doentes devem ser portadores da informação das substâncias envolvidas, do tipo de reação e alternativas terapêuticas. Não esquecer que o fármaco em causa pode existir sob as mais diversas formas de apresentação. Pela complexidade do diagnóstico recomenda-se que estes indivíduos sejam avaliados em Centros de Imunoalergologia, com experiência na área.

Alergias - O que é?

As alergias são respostas exageradas do organismo após o contacto com o ambiente que o rodeia, sendo mais frequentes quando existe uma tendência familiar, isto é, um risco genético para a sua ocorrência. Ou seja “as alergias são um excesso de defesas”, por oposição a outras situações clínicas em que existe falta de defesas.

Para além da genética, muitos fatores de risco relacionados com o estilo de vida das sociedades ocidentais – sedentarismo, alteração da dieta, obesidade, poluição dentro e fora dos edifícios, exposição a alergénios, consumo excessivo de medicamentos, nomeadamente de antibióticos – são algumas dos atributos com peso significativo no aumento da expressão quase explosiva que ocorreu nas doenças alérgicas nas últimas décadas. Na Europa, estas enfermidades afetam cronicamente mais de um terço da população e Portugal não é exceção.

A Imunoalergologia ou Alergologia baseia a sua atividade na promoção da saúde, prevenindo, a vários níveis, situações que afetam a qualidade de vida das populações, da asma à rinite, da urticária ao eczema, da alergia alimentar à medicamentosa.

Alcoolismo - Prevenção

A única forma verdadeiramente infalível de o prevenir seria simplesmente não ingerir bebidas alcoólicas. Mas o que verdadeiramente interessa é a moderação. Durante eventos sociais deve-se beber menos do que se considera razoável, sendo também relevante não misturar bebidas diferentes. É importante avaliar o grupo de amigos e de pessoas próximas porque o excesso de consumo de álcool é frequentemente incentivado por terceiros. Praticar desporto, ler, meditar, ir ao teatro e cinema, podem ser boas alternativas para ajudar a libertar do stress e prevenir a necessidade de fuga para as bebidas alcoólicas. Vale ainda a pena referir que os medicamentos “anti-ressaca” não protegem dos efeitos nocivos do álcool.

Alcoolismo - Tratamento

O tratamento do alcoolismo é complexo e deve englobar os aspetos biológicos e psicossociais, bem como o meio familiar, profissional e social onde o paciente se insere. No que se refere aos problemas orgânicos, na fase inicial as lesões causadas podem ser reversíveis. É um período que pode demorar algum tempo e passa, fundamentalmente, pela abstinência completa do consumo de bebidas alcoólicas. Podem ainda ser prescritos medicamentos para ajudar a combater os sintomas provocados pela dependência ou abstinência. Nas fases mais adiantadas, as lesões podem ser irreversíveis (cirrose hepática). Apesar disso, o tratamento das complicações poderá contribuir para uma importante melhoria da qualidade de vida.

Alcoolismo - Diagnóstico

É importante que a pessoa adquira consciência de que consome álcool acima do normal e que, por isso, deve procurar ajuda. O diagnóstico passa, portanto, por uma boa entrevista com o médico assistente, pela avaliação dos consumos diários e por um conjunto de exames para avaliação da extensão da doença. Existem diversos recursos que são importantes na identificação dos problemas associados ao álcool, como análises clínicas, ecografia abdominal, biópsia do fígado e outros, competindo ao médico selecionar os mais adequados em cada caso.

Alcoolismo - Causas

O alcoolismo é influenciado por fatores genéticos, psicológicos, sociais e ambientais que afetam a resposta e o comportamento do organismo face a este tipo de bebidas. O processo de dependência ocorre de um modo gradual. O álcool, ao longo do tempo, vai alterando o normal equilíbrio entre as substâncias químicas que existem no cérebro associadas com a sensação de prazer, capacidade de avaliação e controlo do corpo. Esse facto faz com que se consuma para recuperar as boas sensações ou para afastar as negativas.

Alguns fatores de risco para o desenvolvimento do alcoolismo:

-Consumo regular ao longo do tempo, que vai gerando uma dependência física.

-Idade: quanto mais cedo se inicia, maior o risco de desenvolvimento de dependência.

-História familiar: o risco é mais elevado quando existem familiares próximos alcoólicos.

-Depressão e outros problemas mentais, como a ansiedade ou doença bipolar.

-Fatores sociais e culturais: ter amigos ou pessoas próximas que bebem regularmente aumenta o risco da sua ingestão e de dependência. As mensagens que os media veiculam da associação entre o seu consumo e o status social podem ser um fator importante em alguns casos.

-Mistura de medicamentos e álcool: alguns fármacos interagem com o álcool, o que pode aumentar ou diminuir os efeitos terapêuticos.

Alcoolismo - Sintomas

Os sintomas do alcoolismo são muito diversos e passam pela incapacidade de reduzir o consumo de álcool, pela sensação de uma enorme necessidade de o consumir, desenvolvimento da sua tolerância, que obriga a uma maior ingestão para se obter o mesmo efeito, beber em isolamento ou às escondidas, sensação física de abstinência (náuseas, suores, tremores), lapsos de memória, criação de rituais, consumindo-o em horários definidos com sensação de frustração se tal não é possível, irritabilidade, para se sentir bem ou para se sentir ”normal”, para lidar com problemas legais, financeiros, pessoais e profissionais, acompanhados de perda de interesse noutras atividades que costumam ser agradáveis.

O álcool provoca uma depressão do sistema nervoso, embora, em algumas pessoas, a reação inicial seja de estimulação. Reduz as inibições, afeta os pensamentos, as emoções e a capacidade de julgar e decidir. Interfere ainda na fala, na coordenação muscular e, em doses excessivas, pode induzir coma ou causar a morte. Por outro lado, a dependência do álcool associa-se, habitualmente, à dependência de outras substâncias.

Como consequência da perda de todas as capacidades referidas, aumenta o risco de acidentes de viação e domésticos, reduz o desempenho no trabalho e na escola e aumenta a probabilidade de se cometerem crimes violentos. Agrava ainda a possibilidade de complicações médicas como, doença hepática (hepatite, cirrose, cancro), problemas digestivos (gastrite, úlcera); má-absorção, pancreatite; problemas cardíacos (hipertensão arterial, enfarte do miocárdio, AVC); complicações nos doentes diabéticos; alterações na função sexual; dificuldades de visão; osteoporose; implicações neurológicas; diminuição das defesas; anomalias congénitas no caso de consumo durante a gravidez; e aumento de risco para várias formas de cancro.

Alcoolismo - O que é?

O conceito de alcoolismo abrange a globalidade dos problemas motivados pelo álcool, no indivíduo, nos planos físico e psíquico, nas perturbações da vida familiar, profissional e social, e também nas suas implicações económicas, legais e morais.

Em Portugal, apesar dos últimos dados disponíveis indicarem um ligeiro decréscimo a nível nacional, a sua ingestão, per capita, mantém-se bastante elevada. Por outro lado, tem-se verificado um consumo crescente entre jovens e mulheres e alterações significativas que agravam as situações de risco. Este tópico tem sido tema recorrente nos meios de comunicação e tem determinado alterações na legislação de modo a tentar controlar este problema.

Portugal surge de forma sistemática entre os maiores consumidores de bebidas alcoólicas a nível europeu e mundial. Num estudo recente, encontraram-se estimativas em maiores de 15 anos para o país, de 58 mil doentes alcoólicos (síndrome de dependência de álcool), isto é, cerca de 7% da população, e 750 mil bebedores excessivos (síndrome de abuso de álcool), o que equivale a 9,4% do universo nacional.

Na população escolar portuguesa, estima-se que a prevalência de problemas ligados ao álcool se situem entre os 10% e os 20%, em alunos universitários. No que se refere ao ensino secundário, com idade média de 16 anos, entre 18% e 20% ter-se-ão embriagado pelo menos uma vez. Calcula-se ainda que o seu consumo excessivo ocorra em cerca de 10% das mulheres e 20% dos homens. Sabe-se também que está relacionado com 50% dos casos de morte em acidentes de automóvel, 50% dos homicídios e 25% dos suicídios.

O álcool é atualmente, em Portugal, uma droga legal e comercializada, fazendo parte dos hábitos alimentares de uma larga maioria da população. Para além disso aparece muitas vezes associado a inúmeras formas de relacionamento, tanto privado como público, de natureza ritual, comemorativa, recreativa, fazendo parte do estilo de vida ou mesmo da identidade de muitos grupos sociais.

Acupuntura Médica - Factos e Curiosidades

A acupuntura tem como objetivo a recuperação do organismo como um todo, pela indução de processos regenerativos, normalização das funções alteradas, reforço do sistema imunológico e controlo de dor.

É uma técnica milenar, mostrando benefícios em indivíduos com problemas gastrointestinais, respiratórios, musculares, urológicos, endocrinológicos, psicológicos, neurológicos, ginecológicos, dermatológicos, na diminuição da tensão emocional, desmame tabágico e de fármacos com ação psicoativa.

Função anti-inflamatória e analgésica da acupuntura

Experiências com ratos demonstraram que a acupuntura pode até triplicar os efeitos de um composto natural conhecido pelas suas funções anti-inflamatórias e analgésicas.

Investigadores da Universidade de Rochester nos EUA observaram que os tecidos próximos das agulhas tinham até 24 vezes mais adenosina, sugerindo que a impercetível perfuração da pele possa acionar tanto a acumulação da substância em tecidos mais externos da pele, como também a sinalização ao cérebro para criar endorfinas contra a dor e neurotransmissores e hormonas naturais ambos com ação reguladora.

Técnicas de estimulação na acupuntura

De acordo com os Orientais, os meridianos energéticos que atravessam o corpo são afetados por energias "perversas", que afetam o organismo de forma geral. Apesar de parecer misticismo, a própria tradição ocidental considera que ventos, bactérias, vírus, lesões, traumas, ansiedades, frio ou calor constituam boa parte das energias "perversas".

A estimulação de pontos de acupuntura pode ser feita pelos dedos (acupressão), laser e outras técnicas. O importante é que os fluxos energéticos sejam retomados e a energia do corpo equilibrada.

Também são utilizadas outras técnicas, sendo as mais conhecidas a moxibustão (aplicação de calor sobre determinados pontos ou meridianos), a auriculoterapia e a eletroacupuntura.

O sentido das agulhas, o tempo e a forma de estimulação podem variar conforme o tratamento. É costume utilizar um "guia" para inserir as agulhas. Trata-se de um pequeno tubo plástico descartável dentro do qual se encontra a agulha. A leve pressão da ponta do "guia" sobre a pele ajuda a reduzir a sensação da entrada da agulha, mas os acupuntores experientes muitas vezes optam por inserir a agulha, com um movimento rápido sem o guia até a profundidade indicada.

Acupuntura Médica - A quem se destina?

A acupuntura pode ser utilizada como alternativa a alguns tratamentos ou quando estão contraindicados fármacos, como na gravidez (utilização de apenas alguns pontos), estados de alergias, insuficiência renal e cardíaca.

A acupuntura e a acupressão podem ser utilizadas em qualquer idade nomeadamente em Pediatria.

A acupuntura é menos eficaz em doentes a tomar alguns medicamentos sendo por isso necessário desmedicalizar numa fase inicial antes de iniciar o tratamento.

Acupuntura Médica - Mais valia

Qual a mais valia em procurar um médico com competência em Acupuntura Médica?

O médico é o único profissional que possui os conhecimentos científicos como por exemplo de anatomia, fisiologia, bioquímica, patologia, para efetuar os diagnósticos corretos, podendo solicitar e interpretar exames complementares. Tem a capacidade de aconselhar a terapêutica mais indicada para cada situação clínica, que poderá ser a acupuntura ou não e tratar as complicações que podem surgir.

Um dos problemas graves que podem ocorrer quando a acupuntura não é praticada por médicos é o atraso no diagnóstico e no tratamento de diversas patologias, que necessitam de outro tipo de tratamentos, e para os quais não está indicada a acupuntura, podendo criar-se riscos acrescidos. Cabe ao médico decidir que situações são suscetíveis de serem tratadas com acupuntura. Esta é uma técnica terapêutica que deve ser integrada e conjugada com terapêuticas convencionais, como medicamentos, cirurgia ou outro tipo de tratamentos e não deve ser entendida como uma medicina alternativa, mas sim complementar.

Em Portugal, a acupuntura médica é praticada por especialistas certificados (competência) pela Ordem dos Médicos.

Acupuntura Médica - O que é?

A Acupuntura médica é um método de diagnóstico e tratamento utilizado em algumas situações clínicas, que permite a correção de algumas alterações e uma melhoria do funcionamento orgânico global. Estas correções são efetuadas através de introdução de pequenas agulhas em determinados locais anatómicos, promovendo no organismo o restabelecimento da fisiologia através de efeitos locais, segmentares e supra segmentares.

A medicina ocidental, do ponto de vista científico, explica os efeitos da acupuntura através da estimulação e libertação de substâncias endógenas, endorfinas, neurotransmissores e hormonas que vão modelar o sistema nervoso central e autonómico, promovendo o equilíbrio do organismo sem a administração de qualquer substância química.

Após a anamnese, que consiste na colocação de diferentes questões relacionadas com aspetos da vida do paciente e observação clínica, chega-se a um diagnóstico e só então se procede ao tratamento. Este pode ser multimodal (utilizando uma ou diversas técnicas sinérgicas) e será iniciado de acordo com estratégia entretanto definida, para uma correta gestão do conjunto de contributos médicos e complementares.

A eficácia clínica da acupuntura, demonstrada em dezenas de estudos, levou o National Institutes of Health (NIH), o centro de investigação médica do governo norte-americano a reconhecer a acupuntura, originária da medicina tradicional chinesa, como uma poderosa aliada da medicina ocidental.

Na Europa nomeadamente na Alemanha, estudos envolvendo um grande número de doentes confirmaram a eficácia da acupuntura no tratamento de patologias músculo-esqueléticas, como artrose da anca e do joelho, lombalgia, dor crónica do ombro e em outras situações como cefaleia de tensão e dismenorreia (dor menstrual).

A acupuntura é também recomendada no tratamento ou alívio de sintomas funcionais orgânicos como por exemplo soluços intratáveis, nas náuseas e vómitos de diversos tipos, incluindo da gravidez e da quimioterapia.

A Organização Mundial de Saúde apresenta uma lista de diversas indicações.

domingo, 16 de janeiro de 2022

Acromegalia - Prevenção

A acromegalia não pode ser prevenida. O diagnóstico e o tratamento precoces são a maneira mais eficaz de a tratar ou gerir.

Acromegalia - Tratamento

Depende da localização do adenoma, da idade da pessoa e de outras doenças concomitantes. O tratamento visa reduzir o excesso de produção hormonal e melhorar os sintomas.

A acromegalia por vezes pode ser tratada apenas com medicamentos; os fármacos mais utilizados incluem análogos da somatostatina, agonistas da dopamina e antagonistas do recetor da hormona do crescimento (visam parar a secreção ou a ação da hormona do crescimento). A cirurgia pode ser necessária para remover o tumor, o que interrompe a superprodução de hormona do crescimento e alivia a pressão no tecido circundante. Por vezes a cirurgia pode não estar indicada devido à localização de acesso difícil do tumor dentro do cérebro.

A radioterapia pode ser útil, como terapia isolada ou combinada com cirurgia, para remover as células tumorais; a radioterapia também pode ser usada em conjunto com medicamentos para reduzir os níveis de hormona do crescimento.

A combinação de tratamentos médicos e/ ou cirúrgicos em associação eventual com radioterapia pode estar indicado.

Acromegalia - Diagnóstico

Os sinais e sintomas aparecem lentamente podendo ser demorado o diagnóstico. No entanto, um sinal precoce de acromegalia pode ser o crescimento exagerado das mãos e dos pés, proeminência do queixo e da zona das sobrancelhas.

Existem análises que podem confirmar a presença desta patologia, como a análise do fator de crescimento semelhante à insulina-1 (IGF-1), uma hormona produzida no fígado, habitualmente elevada nas pessoas com acromegalia. Outras hormonas da hipófise podem igualmente ser medidas, bem como o teste oral de tolerância à glicose.

A ressonância magnética cerebral pode ser importante para determinar a localização e o tamanho do tumor.

Acromegalia - Causas

A superprodução da hormona do crescimento associado à acromegalia normalmente resulta de um tumor. O tipo mais comum é o adenoma da hipófise (ou glândula pituitária) uma neoplasia benigna que provoca a produção de hormona do crescimento em excesso. Estes tumores não são malignos no entanto, podem causar problemas devido ao seu tamanho e localização no tecido cerebral circundante, causando por exemplo dores de cabeça e problemas de visão.

Outras causas raras de acromegalia: tumor nos pulmões, glândulas suprarrenais ou pâncreas, implicando superprodução de GH.

Acromegalia - Sintomas

A acromegalia manifesta-se através do aumento das partes moles das mãos e dos pés (o que leva normalmente a que o doente se veja obrigado a aumentar, por exemplo, o número que calça). Outros sintomas são:

-alterações degenerativas articulares (artroses)

-síndrome do canal cárpico

-pele espessa e oleosa

-alterações da voz

-ressonar (roncopatia)

Além das alterações da força muscular, alterações ósseas e deformidades ósseas comuns, o impacto da doença difere entre homens e mulheres. Nas mulheres podem também surgir alterações do ciclo menstrual e nos homens podem manifestar-se alterações sexuais como impotência. Pensa-se que cerca de 17% da população possua pequenos adenomas hipofisários que geralmente não produzem excesso da hormona do crescimento nem causam sintomas.