sexta-feira, 20 de maio de 2022
Legislação - Educação Sexual - Portaria n.º 196-A/2010 de 9 de Abril
Legislação - Educação Sexual - Lei n.º 60/2009 de 6 de Agosto
Sexualidade na escola
Valladares, K.K. (2001). Orientação Sexual na Escola. - 2. ed. - Rio de Janeiro: Quartet, 128 p.
O presente livro foi fruto da experiência e da observação empírica da autora como professora, psicóloga e socióloga, envolvida com as questões sociais, afetivas e sexuais de seus alunos e clientes no consultório. Fundamentado nos Parâmetros Curriculares Nacionais, em sua segunda edição, tem a proposta de auxiliar e estimular o trabalho de educadores na escola quanto às questões relacionadas à sexualidade, de acordo com a nova Lei de Diretrizes e Bases (LBV 0.394/96), que regulamenta todo o processo educacional no país, e seguindo as orientações traçadas pelo MEC. Desta forma, a Orientação Sexual deve ser inserida na escola como tema transversal, tendo que perpassar todas as disciplinas da grade curricular: da história à educação artística, passando pela matemática, até chegar às outras áreas de conhecimento. A intenção é refletir acerca da importância da Orientação Sexual na escola para a construção da cidadania, de uma sociedade mais justa, feliz e para o desenvolvimento afetivo e sexual das pessoas.
O início do livro se dá com a apresentação do o Dr. José Leonardo Machado Vaz, que faz uma reflexão da situação da saúde e da educação nos investimentos do governo e cita que o Brasil é um país de desinformados e de mal informados, e as crianças e os adolescentes são os que mais sofrem nessa crise. Dentro deste parâmetro, o sexo continua sendo uma questão polêmica, envolta em superstições, tabus, preconceitos, ignorância, vergonha, repressão e falso moralismo. Justifica- se, assim, a inclusão da Orientação Sexual entre os fundamentos da educação, pois ninguém desconhece a imensa responsabilidade da escola na formação afetiva e emocional de seus alunos. Segundo o autor, a escola precisa atingir seus objetivos, ir ao encontro da comunidade, em busca do desenvolvimento harmonioso das crianças e dos jovens, valendo-se, sempre, de uma linguagem clara, objetiva, direta.
Na introdução, a autora do livro faz um pequeno apanhado sobre a história da humanidade em relação à sexualidade, citando que antigamente era um tabu falar sobre sexo, que por sua vez estava associado a coisas feias. Ao passar dos anos, a questionada revolução sexual se espalhou pelos meios de comunicação, ou foi por estes promovida, mas, ainda que isto tenha acontecido, existe um preconceito muito grande em se falar sobre a sexualidade, sobretudo dentro da escola. Como afirma a autora, a sexualidade é uma fonte de amor pela vida, uma forma definitiva de afirmação diante de si mesmo, dos outros e do mundo. E por que não falar sobre ela de modo a eliminar a rigidez e o moralismo excessivo? A formação sexual se inicia através das brincadeiras, com a definição de papéis: masculino e feminino, desde a infância, devendo o tema ser tratado de forma mais ampla, de modo a abranger aspectos psicossociais, culturais e políticos. A sexualidade domina toda a atividade humana desde a arte, a literatura, o cinema, a imprensa e a televisão. Não falar sobre ela resultará em total alienação às transformações existentes no mundo.
No primeiro capítulo, intitulado "Orientação Sexual", a autora faz uma diferenciação entre orientação sexual e educação sexual, uma vez que esta última diz respeito à experiência pessoal e ao conjunto de valores transmitidos pela família e pelo ambiente social nas questões relativas à sexualidade, enquanto que a orientação sexual é um processo formal e sistematizado, que acontece dentro da instituição escolar, e constitui-se, portanto, em uma proposta objetiva de intervenção por parte dos educadores. Esta não substitui a família mas a complementa, de forma que são diferentes os tratamentos dados à questão da sexualidade no espaço privado da família e no espaço público da escola. Diante de tais argumentos, nunca é demais repetir que a orientação sexual se faz urgentemente necessária. Aliada à família, a escola pode proporcionar ao estudante um desenvolvimento mais equilibrado, contribuindo assim para evitar os acidentes sexuais.
A justificativa a respeito da importância da realização da orientação sexual na escola é abordada no segundo capítulo, no qual a autora cita que a escola deve informar e discutir os diferentes tabus, preconceitos, crenças e atitudes existentes na sociedade, buscando, senão uma isenção total, o que é difícil de conseguir, pelo menos uma condição de maior distanciamento por parte dos professores para empreender essa tarefa, abordando todas as mensagens transmitidas pela mídia, família e pela sociedade. É preciso desenvolver uma atitude mais positiva em relação ao sexo, pois vivemos em época de transição, onde os acidentes sexuais continuam acontecendo, e o índice de pessoas contaminadas pelo vírus da AIDS e DST crescem. Quando a falta de orientação adequada deixa de ser apenas uma deficiência em nossa sociedade, ela se transforma num problema que exige soluções urgentes, por isso a autora faz uma reflexão para o papel da escola, pais e profissionais da educação a respeito da importância de solucionar as questões relacionadas à sexualidade para crianças e adolescentes e para a respectiva mudança de comportamento.
A justificativa para segunda edição deste livro, como citado anteriormente, trata da inserção da "Orientação Sexual" no currículo, que deve se dar no âmbito pedagógico, não tendo, portanto, um caráter de aconselhamento individual do tipo psicoterapêutico, e sem discriminar o espaço público do privado, orientando crianças e jovens. A autora tem como objetivo principal neste trabalho as mudanças nos padrões de comportamento, levando-se em conta três aspectos fundamentais: a transmissão de informações de maneira verdadeira; a eliminação do preconceito; a atuação na área afetivo-emocional, para que crianças e jovens possam desenvolver e exercer sua sexualidade com prazer e responsabilidade. Os conteúdos de Orientação Sexual podem e devem ser flexíveis, de forma a abarcarem as necessidades específicas de cada turma, com o objetivo de situar o sexo num contexto mais amplo de relacionamento entre os seres humanos, num contexto bio-psico-sócio-cultural. Apesar disto, o presente livro se diferencia dos demais ao trazer um programa de apoio com sugestões de enfoques temáticos para reflexões, com diferentes turmas, desde a primeira série do ensino fundamental até a terceira série do ensino médio. Muitos autores acham isto desnecessário, pois sobre sexualidade não existem regras. Mas, para profissionais que não estão preparados para este tipo de trabalho, um programa de apoio é de extrema importância para dar o primeiro passo à mudança de atitude em relação à sexualidade, com menos insegurança e mais responsabilidade. O profissional de orientação sexual nunca deve colocar sua opinião como verdade absoluta, inquestionável, e sim, deixar que o grupo chegue às suas próprias conclusões, coordenando as idéias e não direcionando as questões, podendo ser utilizadas diversas técnicas para este trabalho como: dinâmica de grupo, teatro, desenhos, discussões em grupos, folhetos informativos etc. Antes de iniciar o trabalho, segundo a autora, devese fazer uma reunião com todo corpo docente da escola, funcionários e principalmente com os pais, para esclarecer como funcionará o trabalho e explicar que inicialmente o orientador deve fazer um levantamento das questões e temas de maior interesse da turma, para que depois possa se estabelecer às regras que deverão ser seguidas durante o andamento do curso. O papel da escola é dar orientação sexual ao aluno e não educação sexual. A sexualidade de inscreve no espaço escolar, não apenas nas portas dos banheiros e paredes. Ela se manifesta no comportamento dos alunos dentro da sala de aula e fora dela. Querendo ou não, é na escola que surgem as mais diversas situações nas quais o educador é chamado a intervir, com isso pode-se afirmar que a implantação da orientação sexual nas escolas contribui para o bem-estar das crianças e jovens na vivência de sua sexualidade atual e futura.
A autora esclarece a importância de encontros com os pais para se discutir os temas sugeridos pelos próprios filhos e para explicar a responsabilidade deles junto à escola, deixando bem claro que a escola é uma aliada para a mudança de atitude frente à sexualidade e não a única responsável para que isto aconteça.
O terceiro capítulo consta de um material de consulta para os educadores de orientação sexual, que cita temas como: o corpo, sexualidade infantil, puberdade, anatomia sexual, menstruação, fecundação, gestação, parto, anticoncepção, DST e sexualidade do deficiente mental. Esclarece, ainda, que este trabalho não tem a intenção de avaliar os alunos a partir de notas, e sim a avaliação subjetiva do trabalho (desenvolvimento).
O livro apresenta diversidade do tema Orientação Sexual de uma maneira didática, clara e objetiva, pondo em reflexão e discussão várias posturas de educadores ao tratar de sexo e sensibilizando profissionais, pais e funcionários. É preciso informar jovens e crianças para que eles entendam e sejam capazes de integrálas à sua visão de mundo. É necessário mais que informação, é preciso liberdade de expressão!
Flávia Neves de Moraes Beraldo
Univesidade São Francisco
Sexualidade - O que é?
Sexualidade
O que é a Educação Sexual?
sábado, 7 de maio de 2022
Alergias - Prevenção
O tratamento que permite o controlo divide-se em várias abordagens, mas baseia-se, primeiro, num diagnóstico correto.
Os pilares fundamentais no controlo da doença são:
-Educar o doente e da sua família;
-Evitar os fatores de agravamento;
-Tratar os episódios agudos ou crises, com utilização de fármacos que aliviam a obstrução dos brônquios;
-Planear o tratamento preventivo ou de controlo através de vacinas antialérgicas.
Evitar os alergénios do ambiente interior
Os ácaros do pó doméstico representam a principal causa de alergia na população portuguesa. As medidas aconselhadas para evitar a sua exposição e a outros contaminantes, são:
-Manter um arejamento e ventilação adequadas;
-Evitar alcatifas e carpetes, substituindo-os por pavimentos de linóleo, mosaico ou madeira envernizada;
-Utilizar colchões recentes, com menos de um ano;
-Colocar coberturas anti ácaros nos colchões e almofadas;
-Utilizar lençóis de algodão e edredão sintético;
-Lavar a roupa da cama e as cobertas plásticas com água a temperaturas superiores a 50ºC;
-Remover do quarto peluches ou objetos que acumulem pó (ex. livros);
-Usar aspirador com filtro de alta eficiência (HEPA);
-Controlar a humidade relativa em valor inferior a 50%;
-Nos doentes alérgicos a fungos, as medidas de controlo ambiental são semelhantes. Nos alérgicos a animais domésticos - gato, cão, coelho, hamster, entre outros - será necessário removê-los da habitação.
Evitar os alergénios do ambiente exterior
Os pólenes são os alergénios mais importantes do ambiente exterior. Para estes doentes alérgicos a este elemento, cuja época habitual é a primavera, algumas medidas podem ser úteis:
-Conhecer o boletim polínico da região (disponível no site da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica - www.spaic.pt);
-Planear viagens de trabalho ou férias elegendo alturas do ano e locais livres dos pólenes para os quais é alérgico;
-Evitar ir para o campo durante os períodos de grande concentração de pólenes, em especial no período da manhã;
-Manter as janelas fechadas durante o dia em casa, optando por fazer ventilação ao entardecer;
-Usar óculos escuros;
-Viajar de carro com as janelas fechadas, sendo que os motociclistas devem usar capacete integral.
Evitar o fumo do tabaco, ativo e passivo
O fumo do tabaco acresce o risco para o aparecimento de asma e outras doenças alérgicas, e nas crianças com esta patologia aumenta do risco para a ocorrência de crises graves, que podem levar ao internamento hospitalar.
Os pais de menores asmáticos deverão ter consciência de que se fumam ou deixam que outros fumem perto dos seus filhos (em casa, no carro…) estão a prejudicar gravemente a saúde das crianças, aumentando de forma significativa a gravidade da doença. É preciso não esquecer que os mais pequenos não pode manifestar verbalmente o seu mal-estar, e que a tosse é habitualmente a sua única forma de expressão.
Alergias - Tratamento
Há vários medicamentos que podem ser divididos em três grupos:
Medicamentos sintomáticos, para o alívio das queixas, incluindo anti-histamínicos para o controlo dos sintomas de alergia a nível do nariz, dos olhos ou da pele, e broncodilatadores para o tratamento das queixas de asma.
Medicamentos preventivos, anti-inflamatórios, que permitem combater a alergia e evitar o aparecimento dos sintomas.
Vacinas anti-alérgicas. São um tratamento específico, dirigido ao alergénio implicado, que têm uma grande eficácia desde que administradas corretamente e sob vigilância estrita do médico da especialidade de Imunoalergologia. É um método que visa modificar a evolução da doença alérgica. Por exemplo, em pacientes com rinite a pólenes que têm risco aumentado de vir a desenvolver asma, as vacinas poderão prevenir esta evolução.
As doenças alérgicas quando são crónicas, formalmente, não têm cura. Assim sendo pretende-se, como principal objetivo, obter o controlo e assim permitir uma adequada qualidade de vida. Falamos em vacinas anti-alérgicas ou em protocolos de indução de tolerância para medicamentos ou alimentos, os quais, os especialistas têm capacidade para aplicar de acordo com indicações estritas.
De qualquer modo, um doente alérgico pode estar décadas sem sentir qualquer sintoma de alergia, sendo menos provável acontecer quanto mais controlado estiver.
Alergias - Diagnóstico
O reconhecimento correto e atempado destes quadros clínicos de ligeiros a muito graves, permite delinear medidas de atuação em termos de diagnóstico e de tratamento, oferecendo alternativas alimentares e medicamentosas, estruturando a atuação de emergência se sintomas muito graves ocorrerem.
No entanto para que o diagnóstico seja possível é importante que os médicos assistentes e os cidadãos afetados, adultos ou crianças, grávidas ou idosos, sejam encaminhados para um especialista em Imunoalergologia.
Alergias - Sintomas
As doenças alérgicas são muito frequentes mas a sua gravidade é variável. Se é bem conhecido que a asma pode ter um desfecho fatal, as picadas de insetos, a toma de medicamentos ou a ingestão de alimentos, não são habitualmente, nem reconhecidas, nem valorizadas, como responsáveis por quadros muito graves.
Em alguns doentes alérgicos o contacto com alergénios, mesmo em quantidades mínimas, pode ser muito perturbador:
A ingestão não reconhecida de alergénios alimentares, ocultados em outros alimentos (por exemplo, leite misturado com sumos de frutas ou mesmo com bebidas alcoólicas – “licor de leite”-, pode colocar a sua vida em risco.
Os acidentes relacionados com a toma de medicamentos devem ser referidos à equipa de saúde e bem conhecidos pelo próprio e pela sua família e amigos.
As reações relacionadas com picadas de insetos, especialmente se muito graves, devem ser rapidamente referidas ao médico assistente, o que geralmente não é efetuado. E a situação pode traduzir um risco de vida permanente.
Alergia a insetos
Quando suspeitar de uma alergia a insetos?
Muitas espécies de insetos podem provocar reações alérgicas, na maioria das vezes locais, como é o caso dos mosquitos, melgas, moscas, pulgas e percevejos. No entanto, em alguns doentes alérgicos ao veneno de himenópteros – abelha e vespa – a sua picada pode desencadear reações sistémicas, muito graves.
Geralmente a picada de insetos provoca apenas a reação local, com dor, comichão, vermelhidão e inchaço, resultante da injeção dos componentes tóxicos do veneno. Nos casos de reação alérgica grave (anafilaxia) os sintomas surgem geralmente alguns minutos após a picada e têm vários graus de gravidade, desde reação cutânea (urticária, angioedema), sintomas digestivos (náuseas, vómitos, diarreia, dor abdominal), respiratórios (pieira, estridor, falta de ar), cardiovasculares (taquicardia, tonturas, confusão, sensação de desmaio), até ao choque anafilático com paragem cardiorrespiratória. O risco é habitualmente maior nas picadas de abelha do que nas de vespa. Os doentes com história de reações sistémicas devem ser portadores de um estojo de emergência com adrenalina para autoadministração. E devem ainda ser referenciados a um Centro de Imunoalergologia, para avaliação e eventual indicação para vacina anti-alérgica com extrato de veneno em ambiente hospitalar.
Alergia Alimentar
Quando suspeitar de uma alergia alimentar?
Quando manifesta sintomas, imediatamente ou próximo da ingestão de um alimento, e menos frequente após o contacto ou inalação de vapores da sua cozedura.
Quando sintomas idênticos se repetem após a ingestão da mesma comida, ou de alimentos relacionados.
Quando manifesta, próximo da ingestão de um alimento, os seguintes indícios isoladamente ou combinados:
Pele e mucosas - manchas ou pápulas vermelhas na pele com comichão (urticária), inchaço; comichão na boca;
Digestivo: náuseas, vómitos, diarreia, cólica abdominal;
Respiratório: espirros, comichão nos olhos ou lacrimejo, tosse, chiadeira no peito, dificuldade em respirar.
Reação alérgica grave (anafilaxia), podendo envolver vários órgãos como a pele, sistema respiratório e digestivo e/ou sintomas cardiovasculares, traduzindo uma queda súbita da pressão arterial, suores, palidez, palpitações e perda de consciência.
Após realizar um exercício físico intenso, uma reação alérgica que pode variar desde uma urticária até uma reação alérgica grave.
Comichão na boca, com ou sem inchaço dos lábios e/ou língua, imediatamente após a ingestão de alimentos vegetais, como os frutos frescos – síndrome de alergia oral.
Vermelhidão e comichão na pele – urticária de contacto.
Em crianças, presença de um eczema moderado a grave, particularmente nos primeiros anos de vida.
Quando ocorrem, particularmente na criança, sintomas digestivos frequentes como recusa alimentar, vómitos, diarreia, má progressão no peso ou sangue nas fezes.
Se tiver o diagnóstico de esofagite eosinofílica.
Os doentes com história de reações alérgicas graves devem ser portadores de um estojo de emergência com adrenalina para autoadministração, em situações de ingestão acidental do(s) alimento(s) a que sejam alérgicos. Recomenda-se que os pacientes com alergia alimentar sejam avaliados em Centros de Imunoalergologia, com experiência nesta área, principalmente pelas particularidades inerentes ao diagnóstico de alergia alimentar de acordo com a idade do doente – particularmente nas crianças – pela complexidade de algumas situações envolvendo reações de reatividade cruzada entre grupos de alimentos, pela possibilidade de em situações mais graves terem que ser efetuados procedimentos específicos de indução de tolerância oral (leite de vaca ou ovo, por exemplo).
Alergia ao látex
Quando suspeitar de uma alergia ao látex?
O látex (borracha) entra na composição de múltiplos produtos, incluindo material de uso médico (luvas, cateteres, algálias, máscaras, drenos, sondas, garrotes, entre outros) e de uso corrente (preservativos, bolas, balões, toucas, brinquedos, chuchas, tetinas...).
Os sintomas de alergia ao látex podem variar desde a reação alérgica local (urticária de contacto), rinite (espirros, prurido nasal, corrimento), conjuntivite (prurido, vermelhidão, lacrimejo), asma (dispneia, pieira e tosse), até episódios de reação alérgica grave ou choque anafilático.
Deve suspeitar de alergia ao látex quando:
Ocorre uma reação alérgica em criança ou adulto submetido a múltiplas cirurgias (ex. espinha bífida e outras malformações congénitas) ou com exposição profissional ao látex (ex. profissionais de saúde, veterinários, cabeleireiros...);
Sintomas imediatos após contacto com luvas de látex, preservativos ou outros produtos contendo látex (contacto direto e/ou inalação de partículas dos alergénios de látex);
Reações durante procedimentos médicos ou cirúrgicos, tais como tratamentos dentários, exames ginecológicos, ou intervenções intra-operatórias;
Reações com alimentos com reatividade cruzada descrita com o látex (síndrome látex-frutos).
Os doentes com história de reações alérgicas graves devem ser portadores de um estojo de emergência com adrenalina para autoadministração, em situações de exposição acidental, ao látex e/ou a alimentos com reatividade cruzada com látex a que sejam alérgicos. Estes pacientes devem ser referenciados a um Centro de Imunoalergologia, para avaliação e eventual indicação para imunoterapia (vacina antialérgica) com extrato de látex em ambiente hospitalar.
Alergia medicamentosa
Quando suspeitar de uma alergia a medicamentos?
Quando manifesta, próximo da administração de um certo medicamento, os seguintes sintomas (isoladamente ou combinados): mais frequentemente envolvimento da pele e mucosas, com manchas ou pápulas vermelhas com comichão (urticária, exantema), inchaço (angioedema) ou prurido cutâneo; menos frequentemente queixas do aparelho digestivo, náuseas, vómitos, diarreia ou cólicas abdominais; queixas oculares e/ou respiratórias, comichão nos olhos ou lacrimejo, espirros, tosse, chiadeira no peito ou dificuldade em respirar; ou mesmo sintomas cardiovasculares, traduzindo uma queda súbita da pressão arterial (hipotensão), com tonturas, palpitações, sensação de desmaio ou mesmo choque e perda de consciência.
Quando manifesta, imediatamente ou próximo da administração de um certo fármaco, uma reação alérgica grave (anafilaxia). As mais relevantes surgem, na maioria dos casos, nos primeiros 30 minutos a uma hora após a sua administração.
No caso de comprovada alergia a medicamentos os doentes devem ser portadores da informação das substâncias envolvidas, do tipo de reação e alternativas terapêuticas. Não esquecer que o fármaco em causa pode existir sob as mais diversas formas de apresentação. Pela complexidade do diagnóstico recomenda-se que estes indivíduos sejam avaliados em Centros de Imunoalergologia, com experiência na área.
Alergias - O que é?
As alergias são respostas exageradas do organismo após o contacto com o ambiente que o rodeia, sendo mais frequentes quando existe uma tendência familiar, isto é, um risco genético para a sua ocorrência. Ou seja “as alergias são um excesso de defesas”, por oposição a outras situações clínicas em que existe falta de defesas.
Para além da genética, muitos fatores de risco relacionados com o estilo de vida das sociedades ocidentais – sedentarismo, alteração da dieta, obesidade, poluição dentro e fora dos edifícios, exposição a alergénios, consumo excessivo de medicamentos, nomeadamente de antibióticos – são algumas dos atributos com peso significativo no aumento da expressão quase explosiva que ocorreu nas doenças alérgicas nas últimas décadas. Na Europa, estas enfermidades afetam cronicamente mais de um terço da população e Portugal não é exceção.
A Imunoalergologia ou Alergologia baseia a sua atividade na promoção da saúde, prevenindo, a vários níveis, situações que afetam a qualidade de vida das populações, da asma à rinite, da urticária ao eczema, da alergia alimentar à medicamentosa.
Alcoolismo - Prevenção
A única forma verdadeiramente infalível de o prevenir seria simplesmente não ingerir bebidas alcoólicas. Mas o que verdadeiramente interessa é a moderação. Durante eventos sociais deve-se beber menos do que se considera razoável, sendo também relevante não misturar bebidas diferentes. É importante avaliar o grupo de amigos e de pessoas próximas porque o excesso de consumo de álcool é frequentemente incentivado por terceiros. Praticar desporto, ler, meditar, ir ao teatro e cinema, podem ser boas alternativas para ajudar a libertar do stress e prevenir a necessidade de fuga para as bebidas alcoólicas. Vale ainda a pena referir que os medicamentos “anti-ressaca” não protegem dos efeitos nocivos do álcool.
Alcoolismo - Tratamento
O tratamento do alcoolismo é complexo e deve englobar os aspetos biológicos e psicossociais, bem como o meio familiar, profissional e social onde o paciente se insere. No que se refere aos problemas orgânicos, na fase inicial as lesões causadas podem ser reversíveis. É um período que pode demorar algum tempo e passa, fundamentalmente, pela abstinência completa do consumo de bebidas alcoólicas. Podem ainda ser prescritos medicamentos para ajudar a combater os sintomas provocados pela dependência ou abstinência. Nas fases mais adiantadas, as lesões podem ser irreversíveis (cirrose hepática). Apesar disso, o tratamento das complicações poderá contribuir para uma importante melhoria da qualidade de vida.
Alcoolismo - Diagnóstico
É importante que a pessoa adquira consciência de que consome álcool acima do normal e que, por isso, deve procurar ajuda. O diagnóstico passa, portanto, por uma boa entrevista com o médico assistente, pela avaliação dos consumos diários e por um conjunto de exames para avaliação da extensão da doença. Existem diversos recursos que são importantes na identificação dos problemas associados ao álcool, como análises clínicas, ecografia abdominal, biópsia do fígado e outros, competindo ao médico selecionar os mais adequados em cada caso.