Vida de mulher não é fácil. Em se tratando de saúde, então… é TPM, enxaqueca e outras coisas mais. É melhor nem explanar porque a lista é longa e o assunto aqui é higiene íntima. Atualmente, existem várias opções de produtos para cuidar do caso: lencinhos humedecidos, sabonetes específicos, protetores de calcinha, desodorizantes. São tantos os produtos que a variedade pode até nos confundir. Aí, o que seria um prosaico momento de limpeza se revela um verdadeiro banho de dúvidas.
O que pouca gente sabe é que a vagina também possui glândulas sebáceas e elas secretam um sebo capaz de exalar um cheiro característico quando entram em contato com o ar. O odor da genitália feminina é, portanto, normal por uma questão puramente fisiológica. Mas, se o cheiro começar a mudar ou ficar muito forte, você pode estar com algum tipo de infeção. O mesmo vale para o corrimento. Ele pode ser natural, mas, muitas vezes, é proveniente da chamada vaginite – ou seja, inflamação dos tecidos da vagina.
A vaginite ocorre, na maioria das vezes, pela ação de fungos, que produzem uma secreção espessa e esbranquiçada; de bactérias, que produzem um corrimento mal cheiroso; e de protozoários, que causam um corrimento espumoso e de cheiro desagradável. Portanto, meninas, a higiene é fundamental!
Higiene Íntima
Na hora do banho, a dupla água e sabão aliada a uma boa técnica de limpeza são ainda os cuidados mais importantes. “Não tenha medo de passar os dedos entre os grandes e os pequenos lábios para limpá-los, enxaguando bem, e prefira os sabonetes com pH neutro (ou os glicerinados) aos perfumados, para evitar irritação”, recomenda a ginecologista Sónia Valentim. E ela complementa: “Mulheres virgens devem lavar apenas a parte externa do órgão com sabonete. Já para quem tem vida sexual ativa, de tempos em tempos, a limpeza deve ser feita passando o dedo lá nas paredes do canal vaginal. Toda vez que não usar a camisinha é bom fazer assim também, para eliminar os resquícios de esperma”, ensina.
Mas, atenção: essa limpeza mais profunda não deve ser feita sempre, para não destruir a flora vaginal. Pelo mesmo motivo, as duchas internas também não são recomendadas, pois o forte jato de água acaba com a defesa natural da vagina. Já toda vez que fizer xixi ou evacuar, procure se limpar com água e sabonete. Fique atenta ainda ao modo correto de utilizar o papel. “Ele deve ser passado da frente para trás, ou seja, da vulva para o ânus”, explica a ginecologista. Dessa forma, impedimos que as bactérias que vivem na região anal passem para o órgão genital e provoquem infeções. A médica recomenda ainda o uso de lencinhos humedecidos quando a mulher utilizar banheiros fora de casa.
Outra dúvida recorrente da maioria das mulheres é em relação à depilação. Apesar de o aspeto ser mais higiénico, a ausência de pelos pubianos na região da vulva não é aconselhável. Segundo a ginecologista Maria Luiza Ruas, os pelos devem ser apenas aparados, pois protegem a pele da área genital, que é muito sensível.
Higiene e menstruação
Durante a menstruação, as mulheres sofrem uma variação de pH da mucosa vaginal. É muito importante, portanto, redobrar os cuidados com a higiene íntima neste período. As médicas recomendam lavar a região genital mais de uma vez ao dia, sempre que o absorvente for trocado. De acordo com elas, o que causa o mau cheiro não é o sangue, mas o contato dele com o ar, que permite a proliferação de bactérias. Ao lavar, evita-se o odor peculiar e possíveis infeções. “As trocas de absorventes ficam a critério de cada uma, depende do fluxo”, diz Dra. Sónia.
Já para quem usa absorvente interno, um alerta: não se pode passar mais de três ou quatro horas com o mesmo. Além de infeção vaginal, corre-se o risco de ter uma séria infeção na região pélvica. Outra má notícia: esqueça os protetores diários de calcinha. Eles impedem que a área respire, tornando o ambiente húmido e abafado, perfeito para a proliferação de fungos.
Evite
O arsenal de limpeza é vasto, os cheirinhos também. No entanto, talcos, desodorizantes, perfumes íntimos e absorventes perfumados não são indicados. Ao contrário do que muitas mulheres pensam, eles não ajudam na higiene e podem causar alergias e irritação em função das essências.
Calças compridas, muito apertadas, e a meia-calça também estão condenadas, já que comprimem a região genital, abafando e favorecendo a proliferação de fungos e bactérias. Em relação às calcinhas, dê preferência aos tecidos de algodão, porque os sintéticos, como a lycra ou a renda, impedem a ventilação.
Fique atenta, também, ao biquíni. Evite ficar com ele molhado por muito tempo, ou em contato direto com a areia e locais desprotegidos. “Sempre peço às minhas pacientes para não vestirem as peças íntimas com sapato ou chinelo. Se encostarem sem querer, ela pode ficar contaminada e infeccionar a vagina”, alerta Dra. Sónia Valentim.
Lembre-se!
Não é objetivo dos produtos de higiene íntima acabar com qualquer tipo de corrimento. É importante reforçar que esses produtos servem apenas para facilitar a remoção dos resíduos vaginais, diminuindo os riscos de infeções e doenças ginecológicas. Se você notar algo de diferente na secreção ou no cheiro das suas partes íntimas, nada de tomar ou passar remédios recomendados por amigas. Procure um médico imediatamente. Quanto antes você começar o tratamento correto, mais fácil resolver o problema. Mas, não esqueça, a prevenção é o melhor remédio. Cuide-se!
Fonte: Higiene íntima feminina: tudo que você deve saber | Planeamento Familiar
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