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sexta-feira, 1 de julho de 2011

Patologia e causa

Apesar de considerável pesquisa, a etiologia do ceratocone é desconhecida, sendo imprevisível sua progressão após o diagnóstico. Entretanto, menos de 5% dos casos de ceratocone evoluem a ponto de que a única alternativa de tratamento seja o transplante de córnea (ceratoplastia). O ceratocone pode ser tanto unilateral como bilateral. Se afetar ambos os olhos, a deteriorização da visão pode afetar a habilidade do paciente em dirigir um carro ou ler um texto normal. Na maioria dos casos, lentes corretivas são eficientes o suficiente para permitir que o paciente continue a dirigir e manter atividades diárias normalmente. A progressão avançada da doença pode necessitar de cirurgia, incluindo o transplante de córnea. Apesar de suas incertezas, o ceratocone pode ser administrado com sucesso com diversas técnicas clínicas e cirúrgicas, geralmente causando pouco ou nenhum prejuízo na qualidade de vida do paciente.
Várias fontes sugerem que o ceratocone provavelmente surge de um número de diferentes fatores: genético, ambiental ou celular, qualquer um deles pode formar o gatilho que irá dar início a doença. Há médicos que também associam o ceratocone ao ato de coçar os olhos. É comum o paciente ter rinite alérgica associado ao ceratocone, o que faz com que cocem os olhos frequentemente. Isso pode causar o afinamento da córnea devido a remoção mecânica de células do epitélio corneano.
A distorção visual experimentada pelos pacientes vem de duas fontes, uma sendo a deformação irregular da superfície da córnea; outra sendo cicatrizes formadas em pontos elevados de curvatura expostos. Estes fatores agem em conjunto para formar regiões na córnea que projetam uma imagem em diferentes regiões da retina e provocam os sintomas de diplopia monocular ou poliplopia monocular. O efeito pode agravar-se em baixa iluminação uma vez que a pupila tende a dilatar-se para poder receber mais luz, e assim expor mais ainda as irregularidades da córnea. Cicatrizes parecem ser um aspecto da degradação da córnea; entretanto, um grande estudo multi-cêntrico realizado (CLEK STUDY - Collaborative Longitudinal Evaluation of Keratoconus Study) sugere que a abrasão causada por lentes de contato podem aumentar a tendência deste achado em um fator acima de dois, ou mais do que o dobro de chance de ocorrência.
Estudos recentes tem indicado que córneas ceratocônicas apresentam sinais de aumento de atividade das proteases, uma classe de enzimas que quebram parte das fibras de colágeno de córnea no estroma, com uma simultânea redução expressiva da ação dos inibidores de protease. Outros estudos tem sugerido que a redução de atividade pela enzima aldeído desidrogenase pode ser responsável pela criação de radicais livres e espécies oxidantes na córnea. É bastante provável que qualquer que seja o processo patogênico, a lesão causada por atividades na córnea resultam na redução de sua espessura paquimétrica e no enfraquecimento de sua resistência biomecânica.
A predisposição genética para o ceratocone tem sido observado, com a doença manifestando-se em certas famílias, e incidências reportadas em concordância em gêmeos idênticos. A frequência de ocorrência em parentes próximos não é claramente definida, embora seja conhecido que é consideravelmente maior a incidência do que na população em geral, e estudos tenham obtido estimativas variando entre 6% e 19%. O gene responsável pelo ceratocone não foi identificado: dois estudos envolvendo grandes comunidades homogenéticas isoladas tem contrariamente indicados como causas genéticas da doença os cromossomos mapeados em 16q e 20q. Todavia, a maior parte dos estudos genéticos concordam em um modelo autossomo dominante hereditário. O ceratocone é também diagnosticado mais frequentemente em pessoas com Síndrome de Down, apesar das razões para esta ligação ainda não tenham sido determinadas. O ceratocone tem sido associado a doenças atópicas. que incluem asma, alergias e eczema, e não é raro que muitas ou algumas dessas doenças afetem uma pessoa. Estudos sugerem que o ato de coçar os olhos vigorosamente podem contribuir para a progressão do ceratocone, e os pacientes devem ser desencorajados desta prática.
Uma ocorrência conhecida atualmente é o ceratocone induzido pós-cirurgia refrativa, chamada de ectasia induzida pós-lasik (Laser Assisted In Situ Keratomileusis), e pode ocorrer quando o paciente tem uma paquimetria abaixo da normal, de 500 micras, ou se o corte feito pelo instrumento para gerar o "flap" (microcerátomo) for profundo demais, pode levar a córnea a formar a ectasia e o diagnóstico de ceratocone. Pode haver uma predisposição do paciente, não observada antes da cirurgia, que seja a causa do desenvolvimento do ceratocone nesses casos.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Prognóstico

Pacientes com ceratocone geralmente apresentam-se inicialmente com astigmatismo leve, geralmente no início da puberdade, sendo diagnosticados com a doença no final da adolescência ou início da segunda década de vida. Em raros casos o ceratocone pode ocorrer em crianças ou não estar presente até o final da vida adulta.[3] Um diagnóstico da doença enquanto a pessoa estiver jovem pode indicar um grande risco de gravidade no futuro.[10][11] A visão dos pacientes parecerá variar durante diversos meses, levando-os a mudar as prescrições das lentes frequentemente, mas conforme a condição piora, as lentes de contato se tornam necessárias na maioria dos casos. Cerca de 90% dos pacientes utilizam lentes de contato e apenas 10% vai precisar transplante de córnea. O desenvolvimento da doença pode ser bastante variável, com alguns pacientes mantendo-se estáveis por anos ou indefinidamente, enquanto outros progridem rapidamente ou têm exarcebações ocasionais após um longo e até então período de estabilidade. Mais comumente, o ceratocone progride por um período de dez a vinte anos[7] antes que o curso da doença geralmente cesse.
Em casos avançados, a saliência da córnea pode resultar em uma ruptura localizada da membrana de Descemet, uma camada interna da córnea. O humor aquoso da câmara anterior do olho infiltra na córnea antes da membrana de Descemet cicatrize e se regenere. O paciente sente dor e uma súbita nebulosa visão, com a córnea ficando com uma aparência translúcida esbranquiçada e leitosa, chamada de hidropsia de córnea. Embora seja extremamente desconfortável para o paciente, geralmente o efeito é temporário e após um período de 6 a 8 semanas a córnea usualmente retorna a sua transparência. A recuperação pode ser ajudada não cirurgicamente fazendo uma bandagem com uma solução salina osmótica. Embora uma hidropsia de córnea geralmente cause um aumento das cicatrizes da córnea (as quais prejudicam a melhor visão), ocasionalmente o paciente poderá beneficiar-se pela criação de uma área de maior espessura nesse ponto, e de um ápice (ponto mais extremo) do ceratocone mais plano, ajudando a adaptação de lentes de contato. Em casos mais graves, o esbranquiçamento da córnea não irá regredir o suficiente para que o paciente recupere uma acuidade visual aceitável (melhor igual a 20/40 - ver tabela de Snellen), nestes casos o transplante de córnea deverá ser indicado, pois a hidropsia causou um leucoma ou nébula permanente na córnea. Casos de córneas muito finas, tem indicação de transplante de córnea, pois o risco de uma perfuração e de uma hidropsia aguda é iminente. Nesses casos a córnea forma uma pequena cicatriz minúscula de forma arredondada, formando uma pequena ondulação naquele ponto da córnea, geralmente no ápice do ceratocone. É de extrema importância que este tipo de ocorrência seja examinado pelo médico oftalmologista para avaliar a necessidade de uma cirurgia de transplante de córnea.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Epidemiologia

O Instituto Nacional do Olho dos Estados Unidos relata que o ceratocone é a distrofia de córnea mais comum do país, afetando aproximadamente 1 em cada 2.000 norte-americanos,[4][5] mas alguns relatos indicam números de até uma em cada 500 pessoas.[6] A inconsistência pode ocorrer devido a variações nos critérios de diagnóstico,[3] com alguns casos de astigmatismo severo sendo interpretados como ceratocone, e vice-versa.[7] Um estudo encontrou uma taxa de incidência média de 2,0 novos casos por 100.000 pessoas por ano.[5] Sugere-se que homens e mulheres, e que todas as etnias aparentam estar igualmente suscetíveis, embora alguns estudos recentes levantaram dúvidas sobre isto,[8] sugerindo uma maior prevalência entre mulheres. Também, um estudo realizado no Reino Unido[9] sugeriu que pessoas de ascendência asiática estão 4,4 vezes mais propensas a sofrer de ceratocone em comparação com caucasianos, estando também mais propensas a desenvolver o ceratocone mais precocemente.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Qual é o tratamento?


1. Correção óptica: À medida que a doença progride a visão não é mais adequadamente corrigida e requer o uso de lentes de contato rígidas para promover o aplanamento corneano e fornecer uma visão satisfatória.


2. Tratamentos cirúrgicos:

• Ceratoplastia penetrante: o transplante de córnea é mais comumente realizado.

• Ceratoplastia lamelar: a córnea é removida na profundidade do estroma posterior, e um botão de córnea doada é suturado no local.

• Excimer laser: recentemente este laser tem sido usado em situações específicas com algum sucesso na remoção de placas de córnea central.

• Intacs & Anel: este procedimento envolve um implante de um disco plástico entre as camadas da córnea com a finalidade de aplaná-la e trazê-la à sua forma natural.

terça-feira, 1 de março de 2011

Quais os sintomas?


Geralmente, pacientes com ceratocone têm modificações frequentes nas prescrições dos seus óculos em curto período de tempo e, além disso, os óculos já não fornecem uma correção visual satisfatória. As refrações são frequentemente variáveis e inconsistentes. Pacientes com ceratocone frequentemente relatam diplopia (visão dupla) ou poliopia (visão de vários objetos) naquele olho afetado, e queixam-se de visão borrada e distorcida tanto para visão de longe quanto para perto.

Alguns referem halos em torno das luzes e fotofobia (sensibilidade anormal à luz). Muitos sinais objetivos estão presentes no ceratocone. Os achados ceratométricos iniciais são ausência de paralelismo e inclinação das miras. Estes achados podem ser facilmente confundidos nos casos de ceratocone incipiente.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Quais são as opções de tratamento disponíveis para o ceratocone ?


O tratamento do ceratocone depende da severidade da condição.

1. Correção óptica:

Inicialmente, os óculos corrigem satisfatoriamente a miopia e astigmatismo. Entretanto, à medida que a doença progride a visão não é mais adequadamente corrigida e requer o uso de lentes de contato rígidas para promover o aplanamento corneano e fornecer uma visão satisfatória. Tardiamente, quando as lentes de contato não fornecem boa visão ou há intolerância ao uso das lentes de contato, está indicado o transplante de córnea.

2. Tratamentos cirúrgicos:

Vários tipos de tratamentos cirúrgicos têm sido propostos para casos de ceratocone:

• Ceratoplastia penetrante: o transplante de córnea é o tratamento mais comumente realizado. Neste procedimento a córnea com ceratocone é removida e então a córnea do doador é recolocada e suturada no receptor. Lentes de contato são geralmente necessárias para fornecer uma melhor acuidade visual.

• Ceratoplastia lamelar: a córnea é removida na profundidade do estroma posterior, e um botão de córnea doada é suturado no local. Tal técnica é mais difícil de ser executada e a acuidade visual é inferior àquela obtida com a ceratoplastia penetrante. As desvantagens da técnica incluem vascularização e embaçamento do enxerto.

• Excimer laser: recentemente este laser tem sido usado em situações específicas com algum sucesso na remoção de placas de córnea central. Contudo o LASIK é ainda um procedimento experimental e não está claro se é apropriado para o tratamento do ceratocone.

• Intacs *: este novo procedimento, recentemente aprovado pelo FDA ( Food and Drugs Administration ), envolve um implante de um disco plástico entre as camadas da córnea com a finalidade de aplaná-la e trazê-la à sua forma natural. Todavia os Intacs têm sido utilizados somente nos casos de discreta baixa acuidade visual para perto. Diferentemente dos transplantes, os Intacs corrigem imediatamente a baixa visual do paciente com ceratocone. Outros benefícios incluem o rápido retorno às atividades cotidianas em poucos dias e uma visão mais natural em relação àquela fornecida pelo transplante de córnea. Os Intacs são desenhados para permanecerem no olho, embora possam ser retirados, caso seja necessário. O candidato ideal ao procedimento com Intac é aquele incapaz de usar óculos ou lentes de contato, e com poucas alterações corneanas.Kera Vision Intacs â.

No Brasil temos o Anel de Ferrara que age com os mesmos conceitos do Intacts.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Tratamentos de Queratocone

Óculos
Muitos casos de ceratocone são diagnosticados como astigmatismo. Nesta fase inicial, os óculos são uma ótima opção de tratamento, porque o paciente não apresenta maiores dificuldades visuais.


Lentes de Contacto
As modernas lentes de contato corrigem a maioria das distorções visuais provocadas pelo ceratocone. Em determinados casos, as lentes gelatinosas para a correção do ceratocone possibilitam adaptação perfeita. Em outros, os pacientes adaptam-se melhor com as lentes rígidas.

Aneis de Ferrara
Os aneis de Ferrara para o tratamento do ceratocone consistem de dois segmentos circulares que são implantados no interior da córnea, formando a figura de um anel. Obteve reconhecimento internacional na área porque modificou a técnica, diminuindo complicações ao paciente e tornando-a mais simples.
O implante do anel pode ser feito totalmente a laser, graças ao Femtosecond Laser. Este equipamento cria um tunel dentro da córnea, eliminando as imprecisões do bisturi.


Cross-Linking
Tem por objectivo evitar a progressão do ceratocone. Consiste em “endurecer” a córnea irradiando em seu interior fibras de colágeno a partir de raios ultravioleta no interior da córnea. O procedimento é ambulatorial e não provoca rejeição, porque o colágeno é uma substância natural da córnea. O Corneal Cross Linking abre a expectativa para que haja redução também no número de transplantes de córneas, por impedir a evolução no ceratocone.

Transplante de Córnea
A substituição da córnea, através do transplante, é o último recurso de tratamento do ceratocone. Consiste na substituição da córnea defeituosa por uma córnea doadora em boas condições.
O transplante tem índice de cura que varia entre 80 a 90% - similar ao dos principais centros internacionais.
E modernas técnicas de transplante permitem a redução no tempo de recuperação do paciente e resultados mais satisfatórios na qualidade de visão.


Transplante a laser
O transplante a Laser é uma das maiores evoluções no tratamento do ceratocone. O Femtosecond Laser Ziemer, como é conhecido, substitui o corte (flap) que era feito manualmente na córnea do doador por lâminas metálicas, sem a interferência do cirurgião.
Por sua precisão, o laser possibilita a realização de um transplante, no qual uma córnea doada pode ser aproveitada por dois receptores.
Isto significa um grande passo, com o objetivo de reduzir o drama das pessoas que aguardam na fila do transplante à espera de um doador.
O novo Laser é aplicado também no implante do anel de Ferrara, na cirurgia de miopia, de astigmatismo e hipermetropia.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Prováveis causas do Queratocone


Existem inúmeras teorias para explicar:
1. O primeiro factor é genético. Entre 5 a 7% dos pacientes têm familiares com queratocone. Alguns  cientistas acreditam que é uma distorção que surge no momento do crescimento do embrião.
2. Não existem estatísticas globais sobre quantas pessoas sofrem de queratocone. Os cientistas estimam que 1 em cada 2 mil pessoas têm uma deformação na sua córnea em todo o mundo. No padrão geográfico, cultural ou social. No entanto, é mais comum em mulheres que em homens.
3. É secundário a outras doenças, como asma ou rinite alérgica.
4. Por exposição à luz.
5. Adaptação inadequada ou o uso prolongado de lentes de contacto.
6. Outra causa é a cirurgia ou acidente envolvendo um enfraquecimento do tecido córneo.
7. O mau hábito de roçar ou coçar os olhos é considerado uma causa indirecta.

Em 2008, os cientistas Dr. McMonnies na Universidade de New South Wales, na Austrália e Dr. Lo da Câmara Alta da Coreia  apresentaram dois estudos utilizando tecnologia moderna e concluiram que roçar ou coçar pode agravar o queratocone em pacientes.
A Nova Zelândia utilizou a tecnologia de microscopia confocal. O seu objectivo foi estudar as diferentes camadas de células da córnea. Esta tecnologia tem a vantagem de alta resolução, ou seja, as imagens mais nítidas. Para além dos resultados da estrutura da córnea em queratocone foi descoberto  que coçar os olhos é um factor indirecto na severidade da doença (alterações importantes nas camadas da córnea) em pessoas jovens.


Mais detalhes de ambos os estudos pode ser encontrada sob o título:
• Laser Scanning Confocal In Vivo revela reduzida inervação e redução da densidade celular em todas as camadas da córnea com ceratocone. Niederer et al. Invest. Ophthalmol. Vis. Sci. 2008, 49: 2964-2970.
• Medida de Ceratocone Progressão Usando Orbscan II. Kim H et al. Refacto J Surg 2008 Jun; 24 (6) :600-5.

domingo, 1 de agosto de 2010

Sintomas de Queratocone

Os familiares e os pacientes devem conhecer os sintomas em detalhes para compreender a doença e o seu tratamento:
1. Diminuição da acuidade visual e visão turva.
2. Sensibilidade à luz
3. Progressive distorção de imagens4. Inflamação dos olhos. 
O Queratocone interfere com o mecanismo natural da córnea para bombear a água e manter-se limpo. Quando isso ocorre, a córnea pode de repente tornar-se  seca.