terça-feira, 5 de novembro de 2024
segunda-feira, 4 de novembro de 2024
O que é o VIH/sida?
A Sida é provocada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), que penetra no organismo por contacto com uma pessoa infectada. A transmissão pode acontecer de três formas: relações sexuais; contacto com sangue infectado; de mãe para filho, durante a gravidez ou o parto e pela amamentação.
O VIH é um vírus bastante poderoso que, ao entrar no organismo, dirige-se ao sistema sanguíneo, onde começa de imediato a replicar-se, atacando o sistema imunológico, destruindo as células defensoras do organismo e deixando a pessoa infectada (seropositiva), mais debilitada e sensível a outras doenças, as chamadas infecções oportunistas que são provocadas por micróbios e que não afectam as pessoas cujo sistema imunológico funciona convenientemente. Também podem surgir alguns tipos de tumores. Entre essas doenças, encontram-se a tuberculose; pneumonia por Pneumocystis carinii; candidíase, que pode causar infecções na garganta e na vagina; citomegalovirus, que é um vírus que afecta os olhos e os intestinos; toxoplasmose que pode causar lesões graves no cérebro; criptosporidiose, uma doença intestinal; sarcoma de Kaposi, uma forma de cancro que provoca o aparecimento de pequenos tumores na pele em várias zonas do corpo e pode, também, afectar o sistema gastrointestinal e os pulmões. A Sida provoca ainda perturbações como perda de peso, tumores no cérebro e outros problemas de saúde que, sem tratamento, podem levar à morte. Esta síndrome manifesta-se e evolui de modo diferente de pessoa para pessoa.
Sintomas
A fase aguda da infecção com VIH ocorre uma a quatro semanas após o momento do contágio. Algumas pessoas apresentam sintomas semelhantes aos de uma gripe, como febre, suores, dor de cabeça, de estômago, nos músculos e nas articulações, fadiga, dificuldades em engolir, gânglios linfáticos inchados e um leve prurido. Calcula-se que pelo menos 50 por cento dos infectados tenham estes sintomas. Algumas pessoas também perdem peso e outras, ocasionalmente, podem perder a mobilidade dos braços e pernas, mas recuperam-na passado pouco tempo.
A fase aguda da infecção com VIH dura entre uma a três semanas. Todos recuperam desta fase, em resposta à reacção do sistema imunológico, os sintomas desaparecem e observa-se um decréscimo da carga vírica. Os seropositivos vivem, depois da fase aguda, um período em que não apresentam sintomas, embora o vírus esteja a multiplicar-se no seu organismo o que pode prolongar-se por diversos anos. É neste período que se encontram, actualmente, 70 a 80 por cento dos infectados em todo o mundo.
Na fase sintomática da infecção (mas ainda sem critérios de Sida), o doente começa a ter sintomas e sinais de doença, indicativos da existência de uma depressão do sistema imunológico. O doente pode referir cansaço não habitual, perda de peso, suores nocturnos, falta de apetite, diarreia, queda de cabelo, pele seca e descamativa, entre outros sintomas.
A fase seguinte na evolução da doença designa-se por Sida e caracteriza-se por uma imunodeficiência grave que condiciona o aparecimento de manifestações oportunistas (infecções e tumores). A evolução da infecção descrita acima, designada como “Evolução Natural da Infecção” pode, actualmente, ser modificada pelo tratamento com os fármacos anti-retrovíricos, podendo os seropositivos nunca chegar a uma fase sintomática da doença.
Diagnóstico
O diagnóstico faz-se a partir de análises sanguíneas para detectar a presença de anticorpos ao VIH. Estes anticorpos são detectados, normalmente, apenas três a quatro semanas após a fase aguda, não podendo haver uma certeza absoluta sobre os resultados nos primeiros três meses após o contágio. As primeiras análises a um infectado podem dar um resultado negativo se o contágio foi recente. Por isso, os testes devem ser repetidos quatro a seis semanas e três meses após a primeira análise.
O período em que a pessoa está infectada, mas não lhe são detectados anticorpos, chama-se «período de janela». Aos seropositivos realizam-se também testes de carga vírica para avaliar o nível de VIH no sangue. Estes, juntamente com os exames para efectuar a contagem de células CD4, são fundamentais para fazer um prognóstico sobre a evolução da doença. Se a carga vírica for elevada e a contagem das células CD4 baixa, e se o seropositivo não começar a fazer tratamento, a doença progredirá rapidamente. Os testes à carga vírica são, igualmente, importantes para avaliar a reacção do doente aos tratamentos. Os dois exames são, geralmente, repetidos de três em três meses. Uma pessoa saudável tem entre 500 e 1 500 células CD4 por mililitro de sangue. A seropositividade transforma-se em Sida quando as células CD4 baixam para menos de 200 por mililitro de sangue, ficando assim o organismo mais desprotegido e tornando-se um alvo fácil das chamadas doenças oportunistas.
No caso dos recém-nascidos, filhos de mães seropositivas, os testes aos anticorpos só têm completa validade ao fim de 18 meses, já que os anticorpos existentes no seu organismo podem ter sido herdados da mãe. Ao fim desse período, se a criança não apresentar anticorpos é porque o VIH não se encontra presente e o bebé torna-se seronegativo. Nestes casos, pode também fazer-se uma análise para detectar a presença de material genético do vírus.
Contágio
Através de sangue, sémen, fluidos vaginais, leite materno e, provavelmente, dos fluidos pré-ejaculatórios dos seropositivos. O VIH não se transmite pelo ar nem penetra no organismo através da pele, precisando de uma ferida ou de um corte para penetrar no organismo. A forma mais perigosa de transmissão é através de uma seringa com sangue contaminado, já que o vírus entra directamente na corrente sanguínea. A transmissão por via sexual nas relações heterossexuais é mais comum do homem para a mulher, do que o contrário, porque o sémen é mais virulento do que os fluidos vaginais.
O contágio pode ocorrer em todos os tipos de relação, seja vaginal, anal ou oral, já que as secreções vaginais ou esperma, mesmo que não entrem no organismo, podem facilmente contactar com pequenas feridas e cortes existentes na vagina, ânus, pénis e boca. As relações sexuais com mais riscos são as anais. De mãe para filho, o vírus pode ser transmitido durante a gravidez, o parto ou ainda através da amamentação. O VIH pode encontrar-se nas lágrimas, suor e saliva de uma pessoa infectada. Contudo, a quantidade de vírus é demasiado pequena para conseguir transmitir a infecção. É durante a fase aguda da infecção, que ocorre uma a quatro semanas após a entrada do vírus no corpo, que existe maior perigo de contágio, devido à quantidade elevada de vírus no sangue. Actualmente, a transmissão por transfusão de sangue ou de produtos derivados do sangue apresenta poucos riscos, uma vez que são feitos testes a todos os dadores.
Prevenção
Usar sempre preservativo nas relações sexuais, não partilhar agulhas, seringas, material usado na preparação de drogas injectáveis e objectos cortantes (agulhas de acupunctura, instrumentos para fazer tatuagens e piercings, de cabeleireiro, manicura). É, também, preciso ter atenção à utilização de objectos, uma vez que, se estiverem em contacto com sémen, fluidos vaginais e sangue infectados, podem transmitir o vírus.
SIDA
SIDA
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA), é uma doença provocada por um vírus, chamado VÍRUS da IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA (VIH). Este vírus ataca o sistema imunitário, isto é, o "arsenal de combate" de que o organismo se serve para defender das infecções. Quando o sistema imunitário é atingido perde-se essa capacidade de defesa e aparecem muitas infecções graves ou tumores, muitas vezes mortais. Estas infecções chamam-se oportunistas porque aproveitam o enfraquecimento das defesas do organismo. Decerto, já ouvi dizer que alguém morreu de SIDA. Isto não é inteiramente correcto. O que de facto causa a morte são as infecções oportunistas ou tumores; a SIDA facilita o seu aparecimento.
O que é o vírus VIH?
Os médicos afirmam que a SIDA é causada por um vírus (Vírus da Imunodeficiência Humana - VIH). O VIH é um vírus frágil que não sobrevive fora do organismo, a não ser em condições excepcionais. Mas após entrar no organismo, pode aí permanecer "silencioso" ou "escondido" durante meses ou até anos e, com maior ou menor velocidade, fazer grandes estragos no sistema imunitário.
Por isso, é frequente que pessoas que parecem estar de boa saúde possam, sem o saber, transmitir o vírus a outras. Os médicos ainda não têm certezas sobre a percentagem de pessoas contaminadas com o vírus virão a desenvolver a doença a que chamamos SIDA. Também ainda não se sabe quanto tempo pode passar desde o momento da contaminação até ao aparecimento visível da doença.
Contudo, parece não haver dúvidas de que com o tratamento médico adequado, menos pessoas contaminadas virão a desenvolver SIDA. Actualmente, julga-se que muitas pessoas contaminadas pelo VIH podem viver com a doença durante muitos anos. Cada vez mais a doença provocada pelo VIH é uma doença crónica, que pode ser controlada, tal como a diabetes ou a hipertensão arterial.
O VIH transmite-se através de alguns líquidos orgânicos: o sangue, o esperma, as secreções vaginais, o leite materno. Não há qualquer prova de que o vírus seja transmitido pela saliva, lágrimas, suor. O VIH entra no organismo através das membranas mucosas (as paredes do recto, as paredes da vagina ou interior da boca ou da garganta, por exemplo) ou por contacto directo com o sangue. O vírus não atravessa a pele intacta; só o faz se houver uma ferida ou corte que facilite a sua entrada (através do contacto com fluídos de uma pessoa infectada).
O vírus não se transmite pelo ar, através dos espirros ou da tosse. Por isso, não há perigo nenhum no contacto social quotidiano com pessoas infectadas pelo VIH. "Seropositivo" para o VIH não é a mesma coisa que SIDA, as pessoas com VIH não têm, automaticamente, SIDA.
VIH e sistema imunitário humano
O sistema imunitário humano tem como função reconhecer agentes agressores e defender o organismo da sua acção. Os órgãos e células que o constituem asseguram essa protecção.
Entre as células do sistema imunitário, destacam-se os glóbulos brancos (também designados linfócitos), que podem ser de tipos T e de tipo B.
Os linfócitos B fabricam substâncias – anticorpos - para combater os elementos invasores. Existe mais de um género de linfócitos T; vamos referir os T4 (também conhecidos como células CD4), o elemento vigilante que alerta o sistema imunitário para a necessidade de lutar contra um "invasor"; e os T8, aqueles que destroem as células que estiverem infectadas pelo "invasor".
Fazem também parte do sistema imunitário os macrófagos, as células que digerem as células mortas e os "invasores".
Os glóbulos brancos são produzidos na medula óssea, um dos órgãos primários do sistema imunitário, juntamente com o timo (que, como sabes, é uma glândula localizada na base do pescoço, atrás do esterno). Os órgãos secundários são o baço, as amígdalas e os adenóides e o sistema linfático.
A entrada do VIH no corpo e a sua multiplicação acelerada provocam uma diminuição do número de linfócitos do tipo CD4, que são, precisamente, os que dão ordens aos outros elementos do sistema imunitário para agir. Com o sistema imunitário enfraquecido, o seropositivo fica mais vulnerável aos microorganismos causadores de infecções oportunistas, que, geralmente, não conseguem atingir pessoas com um sistema de defesa "normal" (que não está a ser atacado).
Os sintomas
Não existe um sintoma ou um conjunto de sintomas que possa levar qualquer profissional de saúde a fazer um diagnóstico eficaz e imediato da SIDA em quem quer que seja. Os sintomas que surgem associados à SIDA são os sintomas das infecções oportunistas cuja penetração no corpo o vírus VHI facilita, ao destruir progressivamente o sistema imunitário. E uma vez que os sintomas se podem reforçar mutuamente, mascarar ou misturar, o leque de sintomas pode ser vastíssimo, embora existam alguns mais comuns (porque são também mais comuns as infecções oportunistas que os provocam).
Assim, algumas pessoas contaminadas apresentam sintomas semelhantes aos de uma gripe como febre, suores, dores de cabeça, de estômago, nos músculos e nas articulações, fadiga, dificuldades em engolir, glândulas linfáticas inchadas e uma leve comichão. Segundo algumas fontes ligadas à indústria farmacêutica, calcula-se que cerca de 50 por cento dos infectados apresentem estes sintomas.
Algumas pessoas também perdem peso e outras, ocasionalmente, podem perder a mobilidade dos braços e pernas, mas recuperam-na passado pouco tempo. A fase aguda da infecção com VIH dura entre uma a três semanas. Todos recuperam desta fase, em resposta da reacção do sistema imunitário, os sintomas desaparecem e observa-se uma redução do número de vírus presentes no organismo.
Os seropositivos vivem um período em que não apresentam sintomas, embora o vírus esteja a multiplicar-se no seu organismo o que pode prolongar-se por diversos anos. É neste período que se encontram, actualmente, 70 a 80 por cento dos infectados em todo o mundo.
Prevenção
Sucintamente, eis algumas medidas que previnem a transmissão da SIDA: usar sempre preservativo nas relações sexuais, não partilhar seringas e outros objectos cortantes (agulhas de acupunctura, instrumentos para fazer tatuagens e piercings, de cabeleireiro, manicura).
Além dos preservativos comuns, vendidos em farmácias e supermercados, existem outros, menos vulgares, que podem ser utilizados como protecção durante as mais diversas práticas sexuais (nomeadamente sexo oral). É também preciso dar atenção à utilização de objectos; se estes estiveram em contacto com sémen, fluidos vaginais e sangue infectados, podem transmitir o vírus.
Doenças Sexualmente Transmissíveis
O que são Doenças Sexualmente Transmissíveis?
As Doenças Sexualmente Transmissível (conhecidas como DST) transmitem-se através do contacto sexual, embora a relação sexual não seja a única forma de transmissão, apenas a mais frequente. Durante muitos séculos estas doenças foram designadas doenças venéreas, por estarem directamente ligadas ao acto sexual e por ser Vénus o nome da deusa que, segundo os Romanos, "tutelava" as questões amorosas.
Estas doenças contraem-se por contacto uma pessoa infectada, que pode ou não exibir sinais exteriores da doença (trata-se de um portador, uma pessoa que está infectada, transmite a doença mas não apresenta - ainda - os sintomas).
Por o ambiente que rodeia os órgãos sexuais ou ligados ao acto sexual (vagina, pénis, ânus, boca) ser quente e húmido, ele constitui um habitat ideal para o desenvolvimento dos microorganismos patogénicos que provocam a doença.
No entanto, algumas DST, como a sífilis, podem transmitir-se da mãe (que pode não saber estar infectada) para a criança durante o parto, causando sérias lesões ou até a morte do bebé.
Quais as Doenças Sexualmente Transmissíveis que existem?
Além da SIDA; as doenças sexualmente transmissíveis mais comuns são:
Sífilis (conhecida em alguns meios como "cancro duro")
A sífilis é uma doença venérea que tem consequências em todo o organismo. Cerca de três semanas após o contacto sexual com uma pessoa infectada, surge uma ferida não dolorosa, localizada nos órgãos genitais, na boca ou no ânus, conforme o tipo da relação sexual infectante. Simultaneamente há um aumento dos gânglios linfáticos na região afectada, que se tornam duros e geralmente não dolorosos. Na mulher, esta ferida ou ulceração pode localizar-se na vagina ou no colo do útero e, por isso, não é visível.
Algumas semanas depois, mesmo sem tratamento, as feridas cicatrizam, mas a infecção continua no organismo. Semanas ou meses depois, aparecem manchas no corpo, que atingem as palmas das mãos e plantas dos pés. As manchas não dão comichão e podem ser acompanhadas de febre, mal estar, dor de garganta e rouquidão. Neste estado, chamado período secundário sifilítico, os sintomas podem desaparecer sem tratamento, permanecendo no entanto a infecção.
As grávidas infectadas podem transmitir a doença ao bebé.
Gonorreia ou blenorragia (conhecida em alguns meios como "esquentamento")
A gonorreia é causada por uma bactéria chamada Neisseria gonorrhoeae, que pode viver nas membranas mucosas que protegem a garganta, o colo do útero, a uretra ou o ânus.
No homem, a doença surge normalmente três dias após a infecção. Os principais sintomas são: ardor ao urinar, corrimento amarelado ou pus no canal urinário, por vezes com cheiro fétido. Na mulher, a infecção localiza-se habitualmente no colo do útero e pode não provocar sintomas.
Esta doença cura-se facilmente recorrendo ao tratamento correcto.
Infecção por Chlamydia trachomatis
Esta infecção é semelhante à gonorreia. O local da infecção depende do tipo da relação sexual que originou o contágio. No homem, aparece corrimento escasso, ardor mais ou menos intenso ao urinar, sintomas estes mais frequentes de manhã. Na mulher, na maior parte dos casos, a infecção não produz sintomas, podendo ocasionar corrimento ligeiro. No entanto, se não for tratada a tempo, a infecção pode alastrar, ocasionando uma inflamação nas trompas e nos ovários, que pode provocar infertilidade.
A infecção por clamídia cura-se facilmente recorrendo ao tratamento correcto.
Herpes genital
Esta doença é provocada pelo vírus Herpes simplex. A doença manifesta-se pelo aparecimento na área genital de pequenas manchas avermelhadas, que provocam sensação de queimadura, sobre as quais surgem pequenas bolhas ou vesículas que ao fim de alguns dias rompem, ocasionando feridas que se cobrem de crostas. Após cerca de uma a duas semanas as lesões curam sem deixar cicatrizes.
O herpes genital é doença crónica recorrente, ou seja que evolui por surtos, sendo o intervalo entre eles variável. Há medicamentos que tratam as lesões de herpes e prolongam os intervalos livres de doença. Não há ainda nenhum medicamento que cure definitivamente a infecção.
O herpes não é uma doença grave embora seja incómoda quando surge com intervalos curtos. Enquanto existirem lesões na pele ou mucosa genital há perigo de contágio para o(a) parceiro(a), pelo que a actividade sexual deve ser suspensa.
As mulheres grávida com história de Herpes Genital devem informar o seu médico sobre a doença, para que sejam tomadas as medidas necessárias para que não haja contágio do bébé durante o parto.
Hepatite B
A hepatite B é uma infecção provocada por vírus e que ataca o fígado. Este vírus vive no sangue, na saliva, no suor, no esperma e no corrimento vaginal. Muitos casos de hepatite resultam da partilha de agulhas e seringas infectadas, mas a transmissão sexual é também frequente. O risco de contrair hepatite B é oito vezes superior ao de contrair SIDA.
A infecção pelo vírus da hepatite B pode não provocar qualquer queixa, ou apresentar sintomas ligeiros como cansaço, náuseas e dores. Pode também dar origem a icterícia, o que faz com que a parte branca dos olhos e a pele se tornem amarelos e a urina fique muito escura.
A doença pode ser muito grave, até mortal. Algumas pessoas infectadas passam a ser portadoras e transmissoras do vírus.
Existe vacina contra a hepatite B.
Pediculose púbica (conhecida em alguns meios como "chatos")
Os piolhos do púbis são parasitas dos pêlos à volta da vulva, do pénis e do ânus. Podem aparecer na roupa interior como pontos vermelhos ou acastanhados. O contágio pode acontecer por contacto sexual ou através da roupa. Par os elimonar é aconselhável rapar os pêlos do púbis pois tal torna mais fácil o controlo da doença, que deve ser tratada por um médico especialista. A roupa interior e a roupa da cama deve ser lavada e fervida.
Sinais graves de alerta
A observação de qualquer alteração estranha nos órgãos sexuais justifica uma ida ao médico.
No caso da mulher, é alarmante notar:
Líquidos vaginais brancos e com mau cheiro.
Comichão ou sensação de queimadura na vulva, na vagina ou no ânus.
Sensação de ardor ao urinar.
Lesões na pele e mucosas dos órgãos sexuais.
Dor na parte inferior do abdómen, sobretudo quando esta se repete com frequência.
No caso do homem, há que tomar medidas quando notar:
Corrimento, tipo pus, a sair do pénis.
Lesões na pele e mucosas dos órgãos sexuais.
Sensação de ardor ao urinar.
Após detectar estes sinais, a pessoa afectada deve alertar os parceiros sexuais, habituais ou ocasionais, a fim de que também eles (mesmo que não apresentem sinais exteriores de contaminação) procurem um médico.
É muito importante que as pessoas que apresentem estes sinais não se tratem sozinhas, com cremes, comprimidos ou "receitas caseiras/tradicionais" mais ou menos infalíveis, sem terem consultado um médico.
Doenças sexualmente transmissíves: sífilis
Um pouco de história
Os historiadores dividem-se quanto à origem da sífilis. Mas uma coisa é certa: é uma doença que quando não diagnosticada e tratada pode levar à morte e que atinge a humanidade há centenas (ou até milhares) de anos.
Ainda no que diz respeito à origem da doença, enquanto alguns afirmam que já o médico grego Hipócrates (no séc. V a.C.) havia feito a sua descrição, outros dizem que foram os tripulantes dos navios de Cristóvão Colombo que trouxeram consigo a doença no regresso do continente americano.
O que é a sífilis e como se transmite?
A sífilis é uma doença sexualmente transmissível, resultante da infecção por uma bactéria cujo nome científico é Treponema pallidum.
A forma mais frequente de transmitir/contrair a sífilis é através do contacto sexual (oral, vaginal ou anal) com um parceiro infectado com a bactéria, uma vez que esta atravessa as mucosas (como a que reveste a boca) mesmo que estas não tenham qualquer lesão/ferida.
Uma mulher grávida que esteja infectada pela bactéria que provoca a sífilis pode transmitir a doença ao feto através da placenta. Se tal acontecer, a probabilidade de aborto ou de o recém-nascido morrer após o parto é cerca de 25% destes casos. Se a sífilis (activa, nas crianças nascidas nestas circunstâncias) não for diagnosticada a tempo, as crianças poderão desenvolver lesões nos olhos, no cérebro e no coração.
Quais os sintomas?
O período de incubação, ou seja, o tempo que decorre entre o contágio e as primeiras manifestações da doença varia entre duas e quatro semanas mas pode chegar às vinte e três semanas.
Na sua fase inicial (sífilis primária) a doença causa o aparecimento de lesões (pequenas feridas arredondadas com os bordos duros) relativamente indolores que geralmente se localizam nas zonas genitais, mas que também podem aparecer noutros locais do corpo. Cerca de quatro a seis semanas após o seu aparecimento estas lesões “curam-se”, mesmo sem tratamento.
Quando não é tratada e evolui “sem controlo” a sífilis é uma doença crónica, na qual os períodos em que os sintomas se fazem sentir alternam com intervalos longos durante os quais não se registam sintomas. Assim, a evolução desta doença é dividida em quatro períodos: a sífilis primária (acima descrita), a sífilis secundária, a sífilis latente e a sífilis terciária. Com a sífilis secundária aparecem sintomas semelhantes aos de uma gripe (dores de cabeça e de garganta, febre baixa) associados a pequenas manchas rosadas na pele que aparecem espalhadas pelo tronco, abdómen, zona genital, palmas das mãos e plantas dos pés. Mais uma vez, os sintomas tendem a desaparecer sem intervenção após duas a seis semanas.
Quando a pessoa afectada atravessa estas fases sem consultar o médico, entra numa fase que dura vários anos e durante a qual não tem sintomas.
Vários anos após a infecção, se o doente não foi tratado, entra-se na fase terciária da doença. Aparecem tumores na pele e nos ossos, surgem problemas cardíacos, convulsões, paralisia, alterações do comportamento e, finalmente, demência. A associação de todas estas lesões pode levar à morte.
Como é feito o diagnóstico? E o tratamento?
O diagnóstico da sífilis pode fazer-se:
- através de análises sanguíneas;
- recolhendo e observando ao microscópio material colhido em lesões suspeitas da pele.
Numa fase inicial, o tratamento é fácil e eficaz e barato pois consiste na injecção de penicilina. Nos doentes alérgicos à penicilina estão indicados antibióticos alternativos, mas que não são tão eficazes.
Numa fase posterior o tratamento também é feito com penicilina, mas a sua duração é mais prolongada e as lesões que foram aparecendo nos vários órgãos, podem não melhorar.
Como evitar a sífilis?
Usando o preservativo, que reduz substancialmente o risco de contágio, sempre que se tem relações sexuais.
VIH e SIDA
O que é?
O VIH - Vírus da Imunodeficiência Humana é responsável pela infecção das células do sistema imunitário, tornando-o mais vulnerável.
O VIH - Vírus da Imunodeficiência Humana é responsável pela infecção das células do sistema imunitário, tornando-o mais vulnerável.
Numa fase inicial, as pessoas infectadas não apresentam sintomas. No entanto, à medida que a infecção progride o sistema imunitário vai enfraquecendo tornado-se sujeito às chamadas infecções oportunistas.
À fase da doença em que o quadro clínico se agrava, ou seja quando surgem mais infecções ou otras patologias, como o cancro, designa-se por SIDA - Síndrome de Imundodeficiência Adquirida.
Normalmente, este quadro aparece 10 a 15 anos depois do aparecimento da infecção por VIH. Os medicamentos podem, contudo, atrasar o processo de evolução da doença.
O VIH encontra-se principalmente no sangue, no sémen e nos fluídos vaginais das pessoas infectadas.
Assim, a transmissão do vírus só pode ocorrer se estes fluídos corporais entrarem directamente em contacto com o corpo de outra pessoa, pela via sexual e sanguínea.
Uma mulher seropositiva pode também transmitir o vírus ao seu bebé durante a gravidez, o parto ou o aleitamento.
É importante salientar o facto de não constituirem riscos de transmissão comportamentos sociais, como abraçar, beijar, apertar a mão, beber pelo mesmo copo de uma pessoa infectada pelo VIH.
A infecção pode ser prevenida:
- utilizando o preservativo masculino ou feminino nas relações sexuais
- não partilhando objectos cortantes, agulhas, lâminas de barbear ou seringas
O risco de contágio de uma mãe seropositiva para o seu bebé pode também ser diminuído significativamente ao realizar uma terapêutica adequada durante a gravidez e o parto e evitando o aleitamento.
Diagnóstico e Tratamento
Diagnóstico
Quem deve fazer o teste
Como funciona o teste de diagnóstico
Onde posso fazer o teste
Tratamento e acesso aos cuidados
Terapêutica anti-retrovírica
Apoio psicológico e social
Diagnóstico
Quem deve fazer o teste
Todas as pessoas devem fazer o teste do VIH. Mas este torna-se ainda mais necessário se se verificarem comportamentos de risco, como:
- relações sexuais desprotegidas, i.e., sem preservativo
- partilha de seringas ou outro material de injecção de drogas
- contacto com sangue de outra pessoa
Como funciona o teste de diagnóstico
O diagnóstico faz-se a aprtir de análises sanguíneas específicas para o VIH. Esta análise detecta os anticorpos que o sistema imunitário produz contra o vírus, ou mesmo o próprio vírus.
Caso tenha havido comportamento de risco, a colheita de sangue deve ser efectuada apenas 3 a 10 semanas após o contacto, não podendo existir uma certeza sobre os resultados nos primeiros 3 meses após o contágio. As primeiras análises a uma pessoa infectada pelo vírus podem dar um resultado negativo, se o contágio foi recente. Por estes motivos, e na dúvida, o teste deve ser repetido passados 3 meses.
Onde posso fazer o teste
Pode pedir ao seu médico de família ou médico assistente que prescreva o exame. Outra opção passa por fazer o teste (anónimo, confidencial e gratuito), num CAD - Centro de Aconselhamento e Detecção Precoce do VIH/SIDA.
Consulte a lista de CAD
Tratamento e acesso aos cuidados
Terapêutica anti-retrovírica
Não há ainda uma cura para a infecção pelo VIH e SIDA. Os tratamentos passam pela administração de uma terapêutica anti-retrovírica bastante eficaz.
Em Portugal, esta terapêutica é gratuita e de distribuição hospitalar, basta que as pessoas seropositivas sejam referenciadas junto dos serviços, sendo marcada uma primeira consulta médica.
O tratamento com medicamentos anti-retrovíricos deve ser acompanhado desde o início de modo a aumentar a adesão dos doentes.
Para além do acesso a terapêuticas, a pessoa infectada necessita também de apoio psicológico.
Apoio psicológico e social
O diagnóstico de infecção por VIH provoca um conjunto de emoções com as quais pode ser difícil de lidar: ansiedade, negação, depressão, medo. O apoio psicológico e aconselhamento é, assim, fundamental para garantir o bem-estar dos seropositivos.
Para além dos serviços hospitalares, também algumas Organizações Não Governamentais (ONG) ou Instituições Portuguesas de Solidariedade Social, disponibilizam consultas de aconselhamento a pessoas infectadas. Consultar lista de organismos.
A Segurança Social prevê mecanismos e serviços de apoio social nas seguintes áreas:
Atendimento / Acompanhamento Social - Destina-se a informar, orientar, encaminhar e apoiar indivíduos e famílias.
Apoio Domiciliário - Assegura a prestação de cuidados individualizados e personalizados no domicílio a pessoas ou famílias que não possam assegurar, temporária ou permanentemente, a satisfação das suas necessidades básicas e/ou as actividades da vida diária.
Residência - Equipamento destinado a pessoas infectadas pelo HIV/SIDA em ruptura familiar e desfavorecimento sócio-económico. Pretende-se que o ambiente destas residências, que deverão alojar entre cinco e dez pessoas, se aproxime o mais possível do de uma unidade familiar.
Infecções Sexualmente Transmissíveis
As principais vias de transmissão de IST são:
-as relações sexuais vaginais, não protegidas, entre mulher e homem. Ou seja, quando o pénis, sem preservativo é introduzido na vagina.
-as relações sexuais anais, não protegidas, entre mulher e homem ou entre homem e homem. Ou seja, quando o pénis é introduzido no ânus sem a protecção de um preservativo.
-e, para algumas doenças, as relações sexuais orais. Ou seja, quando a vagina, o clitóris ou o pénis estão em contacto com a boca do parceiro.
Quando não estão em contacto com o corpo, a maior parte dos agentes infecciosos responsáveis pelas IST morre rapidamente.
Alguns sinais podem traduzir-se na existência de uma IST:
-corrimento vaginal anormal, frequentemente com mau cheiro ou corrimento uretral
-presença de vermelhidão, bolhas, verrugas ou vesículas nos órgãos genitais ou à sua volta
-dor ou sensação de queimadura ao urinar
-dores difusas no baixo ventre
-sensação de dor ou queimadura aquando das relações sexuais
febre
Certas infecções provocam sintomas apenas no homem outras somente na mulher e, por vezes, pode existir infecção sem qualquer tipo de sintoma.
Em certos casos, as consequências de uma IST não tratada manifestam-se mais tarde sem que, entretanto, se tenha detectado qualquer sinal anormal.
O tratamento das IST deve ser sempre feito aos parceiros envolvidos na relação sexual, mesmo que não haja nenhum sintoma. Desta forma, evitam-se complicações graves como é o caso da infertilidade.
É essencial para a saúde que as pessoas conversem com os seus parceiros sobre se têm ardores, dores ou incómodos na zona genital e que consultem um médico ou um centro de aconselhamento em planeamento familiar com a maior brevidade possível. Indo à consulta, rapidamente se faz o diagnóstico e se inicia o tratamento.
Mensagens importantes
- A melhor estratégia para prevenir o aparecimento de uma IST é a prática de sexo MAIS seguro.
- O preservativo é o método mais eficaz para evitar uma IST.
- É fundamental estar consciente dos riscos, sobretudo quando se tem vários(as) parceiros(as) sexuais.
- Logo que se sintam incómodos ou se detectem lesões na zona genital, deve consultar-se um médico.
- Quando se diagnostica uma IST, deve informar-se o(a) parceiro(a).
- Os exames periódicos são essenciais para despiste das IST, uma vez que os sintomas são muito difíceis de detectar.
- A prevenção e a detecção precoce são a melhor maneira de evitar complicações de saúde mais graves.
- Esteja atento(a) aos sinais...
Existe diferença entre IST e DST?
IST é abreviatura para Infecções Sexualmente Transmissíveis e são estas infecções que podem desencadear as doenças, ou seja as DST, Doenças Sexualmente Transmissíveis. Apesar desta precisão, ambas as palavras são muitas vezes entendidas como sinónimos. O mais importante é saber que a sua principal via de transmissão são as relações sexuais, sejam elas relações sexuais vaginais, sexo oral ou sexo anal.
Quais os principais sintomas de uma IST?
Uma IST nem sempre se manifesta de forma clara, pelo que os exames clínicos são muito importantes para o diagnóstico.
Mas os principais sintomas costumam ser: corrimentos vaginais ou, nos homens, uretrais; presença de vermelhidão, bolhas, verrugas ou vesículas nos órgãos genitais e à sua volta; dor ou sensação de queimadura ao urinar; dores na zona pélvica (baixo ventre); sensação de dor ou queimadura quando se tem relações sexuais; febre.
Como se pode evitar uma IST?
A utilização de preservativo é ainda o método mais eficaz na prevenção de uma IST sempre que há relações sexuais.
As IST são fáceis de tratar?
Depende. Há infecções bacterianas que podem ser tratadas com antibióticos. Mas outras infecções, como o VIH, que permanecem no organismo e implicam um tratamento durante toda a vida.
Onde posso fazer um teste de VIH/SIDA?
É possível fazer um teste de VIH/SIDA recorrendo aos Centros de Aconselhamento e Detecção de VIH (CAD), pedindo ao médico de família ou a um médico particular e nos centros de rastreio. Em Lisboa, na Lapa, existe um Centro de Rastreio Anónimo com teste gratuito (Tel:21 393 01 51)
É possível ficar infectado com sexo oral?
Sim. Existe sobretudo o risco de contrair infecções como a Gonorreia, a Clamídia, a Sífilis ou o VIH, quer recebendo, quer fazendo sexo oral.
O que é o herpes genital?
O herpes genital é uma IST provocada por um vírus (normalmente o vírus simplex do tipo 2), através do contacto sexual. É das infecções mais frequentes. Como é difícil de detectar, muitas vezes o vírus passa para o/a parceiro/a sem que se saiba da sua existência.
O herpes pode ser tratado para atenuar as queixas e sintomas. Mas não existe cura, sendo o seu aparecimento recorrente.
O cancro do colo do útero é uma DST?
O cancro do colo útero é uma doença que resulta de infecções persistentes pelo Vírus do Papiloma Humano, o HPV.
Este vírus propaga-se, sobretudo, pelo contacto sexual pelo que é fundamental a prática de sexo mais seguro.
Em Portugal, é já possível vacinar as raparigas contra o HPV.
Onde posso obter preservativos femininos gratuitos?
Em centros de saúde, hospitais e algumas Organizações Não Governamentais, como a Associação para o Planeamento da Família.
O preservativo feminino não está ainda disponível em farmácias.
Os preservativos femininos são tão eficazes contra as IST como os preservativos masculinos?
Sim. O nível de protecção é o mesmo.
O que são as IST ?
O que são?
As IST, ou infecções sexualmente transmissíveis, são doenças contagiosas cuja forma mais frequente de transmissão é através das relações sexuais (vaginais, orais ou anais).
As IST, ou infecções sexualmente transmissíveis, são doenças contagiosas cuja forma mais frequente de transmissão é através das relações sexuais (vaginais, orais ou anais).
A prática de sexo mais seguro é a melhor maneira de prevenir a infecção.
As IST mais conhecidas são:
VIH/SIDA
Clamídia
Gonorreia ou blenorragia
Herpes genital
Hepatite B
Vírus do Papiloma Humano-HPV
Sífilis
Infecções por tricomonas
VIH/SIDA
VIH é a abreviatura para Vírus da Imunodeficiência Humana e é responsável pelo desenvolvimento de complicações no sistema imunitário e aparecimento da SIDA (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida), último estágio da doença.
Os sintomas da infecção pelo VIH são tardios e estão associados a problemas nas defesas do organismo. Apesar de não existir cura, é possível retardar o desenvolvimento da SIDA através da combinação de medicamentos. A melhor forma de diagnosticar a infecção pelo VIH é fazer exames sanguíneos específicos.
A prática de sexo seguro e de comportamentos sexualmente responsáveis é o modo mais seguro de evitar a infecção. Utilizar sempre o preservativo é uma das formas mais eficazes, embora não a 100%, uma vez que o vírus se transmite pelo esperma, pelos fluídos vaginais e pelo sangue. No caso de se usar drogas, nunca se deve partilhar uma seringa.
Clamídia
A Clamídia é uma infecção do tipo bacteriano que pode afectar o pénis, a vagina, o colo do útero, o ânus, a uretra, a garganta ou os olhos. É a IST mais comum. Na maioria dos casos não apresenta sintomas, no entanto, quando existem, podem ser:
Nas mulheres: dor pélvica, corrimento vaginal, dor durante a relação sexual ou ao urinar e hemorragia entre as menstruações.
Nos homens: ardor ou dor ao urinar, pus ou corrimento proveniente do pénis, inchaço nos testículos ou no ânus.
A infecção transmite-se por via sexual e também de mãe para filho. O seu tratamento é feito à base de antibióticos.
Gonorreia ou blenorragia
A gonorreia é uma infecção causada por uma bactéria chamada gonococo que provoca, sobretudo, a inflamação do aparelho genital feminino. Pode também afectar o pénis, a vagina, o colo do útero, a uretra, o ânus ou a garganta. A sua via de transmissão principal é a sexual, mas pode ser também transmitida de mãe para filho durante o parto.
Quando não é tratada pode ocasionar graves problemas de saúde, nomeadamente infertilidade ou gravidez ectópica.
À semelhança da maioria das IST, a gonorreia não apresenta sintomas, pelo que a ida ao médico para exames periódicos é fundamental para a sua detecção precoce. Quando existem, os sintomas são:
Nas mulheres: dor pélvica, hemorragia, febre, penetração dolorosa, dor ao urinar, inflamação da vulva, vómitos, corrimento de cor amarelada ou esverdeada, urinar mais vezes de forma mais frequente do que o normal.
Nos homens: corrimento do pénis semelhante a pus, dor ou ardor ao urinar, urinar de forma mais frequente do que o normal..
O tratamento da gonorreia é feito com a prescrição de antibióticos.
Herpes genital
O herpes genital é uma infecção que pode ser causada por dois tipos de vírus. O vírus herpes simplex do tipo 1 e sobretudo o vírus herpes simplex do tipo 2.
A sua transmissão pode ocorrer através da prática de penetração vaginal, de sexo oral ou de sexo anal. A infecção pode também propagar-se através de beijos e carícias, quando há contacto com lesões ou secreções das zonas afectadas.
Os sintomas caracterizam-se pelo aparecimento de bolhas e lesões na área genital quer dos homens quer das mulheres, acompanhadas por dor, prurido e ardor ao urinar.
O herpes pode ser tratado para atenuar as queixas e sintomas. Mas não existe cura, sendo recorrente o seu aparecimento.
Quando surge, aconselha-se a abstinência sexual. A utilização do preservativo é a forma mais adequada de prevenção, embora não seja 100% eficaz.
Hepatite B
A hepatite B é uma doença causada por um vírus (VHB) que infecta o fígado. É extremamente contagiosa e as suas principais vias de transmissão são o esperma, as secreções vaginais, o sangue, a urina a saliva e o leite materno.
A hepatite B está na origem de complicações mais graves de saúde, como a cirrose ou o cancro do fígado. No entanto, a infecção pode, em determinados casos, ser eliminada pelo organismo.
São considerados comportamentos de risco:
-relações sexuais vaginais sem preservativo masculino ou feminino
-sexo oral não protegido
-partilha de seringas
-partilha de objectos pessoais como escovas de dentes ou lâminas de barbear
-manuseamento de agulhas infectadas em contexto hospitalar
Vírus do Papiloma Humano- HPV
Existem mais de 100 tipos de HPV. Em determinados casos afectam a pele e causam verrugas, cerca de 40 tipos afectam o aparelho genital causando condilomas ou verrugas genitais.
Estima-se que 80% das mulheres e dos homens têm contacto com o vírus em alguma fase da sua vida. Na maioria das situações não resultam em problemas mais graves. Contudo, se o sistema imunitário está mais vulnerável pode tornar-se uma infecção persistente e causar cancro do colo do útero. A forma mais fácil de diagnosticar é através do exame citológico (Papanicolau).
São factores de risco:
-relações sexuais muito precoces
-elevado número de parceiros
-tabagismo
Já existe disponível em Portugal uma vacina que previne a infecção por HPV.
Sífilis
A sífilis é uma infecção causada por uma bactéria chamada treponema pálida e afecta a vagina, o ânus, a uretra, o pénis bem como os lábios e a boca. Transmite-se pela prática de sexo vaginal, oral ou anal. Embora menos frequente, pode também transmitir-se através dos beijos.
Os sintomas da sífilis não são evidentes e variam consoante o estádio da doença:
Fase 1 - Cerca de 3 semanas após a infecção, aparece uma pequena ferida/úlcera nos ógãos genitais, na boca, na mama ou no ânus.
Fase 2 - 3 a 6 semanas depois do aparecimento da lesão, os sintomas podem incluir febre, dores de cabeça, perda de peso, dores musculares e fadiga.
Fase 3 (última) - Nos casos em que não foi tratada, a sífilis pode levara a danos graves no sistema nervoso, no coração e no cérebro. Esta fase pode ocorrer 1 a 20 anos após a infecção.
O preservativo é o modo mais eficaz de evitar a transmissão da sífilis.
Infecção por tricomonas
Estas infecções são causadas por um organismo unicelular e afectam tanto mulheres como homens. Normalmente, não apresenta sintomas. Quando existem, são os seguintes:
Nas mulheres:
-corrimentos e descargas vaginais
-pequenas hemorragias
-prurido ou comichão à volta da vagina
-inchaço das virilhas
-necessidade de urinar com frequência
Nos homens:
-Descargas ou corrimentos provenientes da uretra
-Necessidade de urinar mais do que o habitual, associada a dor ou ardor
-Existe tratamento para as infecções por tricomonas e ambos os parceiros devem ser tratados de modo a prevenir novas infecções.
A utilização do preservativo evita o contacto com as secreções, diminuindo os riscos.
O que são as IST?
O que são?
Normalmente, quando os miúdos ouvem falar acerca de infecções sexualmente transmissíveis pensam em VIH/SIDA exclusivamente. Existem, no entanto, muitas outras. O que é que o seu filho precisa de saber acerca delas?
Normalmente, quando os miúdos ouvem falar acerca de infecções sexualmente transmissíveis pensam em VIH/SIDA exclusivamente. Existem, no entanto, muitas outras. O que é que o seu filho precisa de saber acerca delas?
As IST são transmissíveis através das relações vaginais, orais e anais, ou de outros contactos íntimos.
As IST podem provocar danos permanentes na saúde dos indivíduos sem mostrarem qualquer sintoma. Ninguém está imune.
As IST podem ter consequências perigosas e exigir cuidados médicos. A maioria, no entanto, pode ser tratada e curada com medicação. Certas IST podem ser passadas da mulher para o seu feto durante a gravidez e o nascimento.
O VIH/SIDA pode ser um assunto particularmente sensível para os jovens. Eles ouvem muita informação e muita dela é assustadora e ameaçadora. Os jovens precisam de saber o que é a SIDA e como a evitar. Aqui seguem alguns factos básicos que pode partilhar com os seus filhos:
A SIDA, o Síndroma da Imunodeficiência Adquirida é o ultimo estádio da doença provocada pelo VIH.
A SIDA é fatal. Não existe cura.
O VIH não é fácil de apanhar. É transmitido através da troca de sangue, sémen ou de secreções vaginais, como nestas situações:
relações sexuais sem protecção
troca de agulhas ou outros materiais para a introdução de drogas
ter nascido com ele. Também pode ser transmitido a uma criança através da amamentação
Apanhar VIH de uma transfusão ou através de alguns procedimentos médicos é muito improvável.
Não pode apanhar VIH através de abraços, beijos, toques, tampos de sanita ou água da piscina.
A forma mais segura de evitar o VIH se for sexualmente activo, é praticar "sexo mais seguro".
Como se Transmite o VIH?
Através de sangue, secreções sexuais e da mãe infectada para o filho. Para que não fique com dúvidas vamos falar-lhe de cada uma destas formas de transmissão.
SANGUE
Só transmite se estiver infectado e entrar dentro do nosso organismo.
A principal causa de transmissão por esta via ocorre através da partilha de agulhas, seringas e outros objectos contaminados pelo VIH entre os toxicodependentes que utilizam drogas injectáveis.
Embora representem um menor risco, não devem ser partilhados objectos cortantes onde exista sangue de uma pessoa infectada, mesmo que esteja já seco. É o caso das lâminas de barbear, piercings, instrumentos de tatuagem e de furar as orelhas e alguns utensílios de manicura.
Actualmente todo o sangue usado nas transfusões sanguíneas é testado para o VIH antes de ser utilizado, pelo que não se deve ter medo destas situações. Também o dar sangue não é um problema, já que é utilizado material descartável e esterilizado.
SECREÇÕES SEXUAIS (esperma e secreções vaginais)
As secreções sexuais de uma pessoa infectada, mesmo que aparentemente saudável e com “bom aspecto”, podem, com grande probabilidade, transmitir o VIH sempre que exista uma relação sexual com penetração - vaginal, anal ou oral - sem preservativo.
O risco é maior em relações sexuais com parceiros desconhecidos, múltiplos parceiros sexuais ou parceiros ocasionais, situações em que o uso do preservativo é imprescindível (lembre-se que as aparências podem enganar).
É importante ter sempre em conta que basta uma relação sexual não protegida com uma pessoa infectada (mesmo que aparentemente saudável) para o VIH se poder transmitir.
DA MÃE INFECTADA PARA O FILHO
Se a mãe estiver infectada, pode transmitir a infecção ao seu bebé através do leite. Mas não só: também pode transmitir o VIH ao filho durante a gravidez, através do seu próprio sangue, ou durante o parto, através do sangue ou secreções vaginais.
Transmissão do VIH por via oral
Q1. A transmissão do VIH por via oral foi alguma vez relatada?
R1. Existe evidência que resulta da confirmação por recentes estudos de casos individuais, que o VIH se transmite por sexo oral. Potencialmente, a forma mais arriscada de sexo oral para uma pessoa não infectada é o felácio receptivo com ejaculação para a boca devido à exposição a maior quantidade de VIH do esperma da pessoa infectada.
Q2. No que toca à transmissão do VIH, o sexo oral é a forma mais segura de sexo não protegido com penetração?
R2. A evidência demonstra que o sexo oral é menos perigoso que o sexo desprotegido anal e vaginal. Está bem estabelecido que o sexo anal desprotegido é a forma de sexo desprotegido mais perigosa.
O risco associado ao sexo oral, anal e vaginal pode ser aumentado (ex. inflamações, úlceras na boca, vagina, pénis ou recto).
O sexo oral é comum entre heterossexuais e homossexuais. Apesar do sexo oral desprotegido poder ser menos arriscado, do que o sexo desprotegido anal e vaginal, a frequência do sexo oral em alguns grupos pode aumentar a sua contribuição relativa para a transmissão VIH.
Q3. Que proporção de novas infecções podem ser atribuídas ao sexo oral?
R3. Estudos recentes, essencialmente em homossexuais masculinos, em S. Francisco e em Londres , sugerem que 6 a 8% das novas infecções foram adquiridas apenas por sexo oral.
Q4. O sexo oral é menos arriscado que o sexo sem penetração?
R4. O sexo oral coloca mais riscos que o sexo sem penetração, tal como a masturbação mútua, contacto boca a boca, esfregar um corpo contra o outro, e abraços e massagens, em que existe o mínimo de oportunidade de contacto de fluidos corporais potencialmente infecciosos. Não existem relatos de transmissão do VIH relacionados com estas actividades.
Q5. A boa higiene oral pode diminuir ou aumentar a transmissão VIH via sexo oral?
R5. Uma boa higiene oral pode diminuir o risco, mas a escovagem e a passagem do fio dental pouco antes do sexo oral pode aumentar a transmissão, especialmente se as gengivas sangrarem. A utilização de culutórios orais antes ou depois do sexo oral podem não ser úteis; em vez de aumentar a protecção pode diminui-la através da remoção de substâncias de protecção normalmente encontrada na cavidade oral.
Q6. Que factores podem aumentar o risco de transmissão através do sexo oral?
R6. Doenças ou infecções na cavidade oral, que comprometam a protecção da cavidade oral e garganta podem aumentar o risco de transmissão do VIH durante o sexo oral (ex. úlceras bocais, gengivas inflamadas, garganta irritada, ou gengivas a sangrar após escovagem ou utilização de fio dental).
O sexo oro-vaginal durante o período de menstruação pode colocar mais riscos de transmissão do que em outras alturas.
Os níveis elevados de vírus no sangue (carga viral elevada) podem corresponder a níveis elevados de vírus no esperma e nos fluidos vaginais, podendo aumentar o risco de transmissão VIH através do sexo com penetração não protegido, incluindo o sexo oral. Os níveis elevados da carga viral estão associados ao início da infecção e a estágios mais avançados da doença.
Q7. Como é que o VIH é transmitido através do sexo oral?
R7. O VIH está presente nos fluidos genitais, como o esperma, fluido pré-ejaculatório e secreções vaginais e cervicais. Conhecimentos actuais sobre a quantidade de vírus nos fluidos genitais e saliva indicam que algum material infeccioso pode ser difundido entre parceiros se um deles estiver infectado.
O que sabemos sobre a biologia do VIH e da cavidade oral indica que a transmissão do VIH através do sexo oral é possível e suporta a conclusão de que o risco é real, mas menor que outro tipo de exposição através de sexo com penetração.
Q8. Será que evitar a ejaculação elimina o risco de transmissão?
R8. Algumas pessoas praticam o sexo oral evitando a ejaculação como uma estratégia de redução de risco. Mas o VIH tem sido encontrado nos fluidos pré-ejaculatórios e têm sido relatados casos de transmissão do VIH através do sexo oral sem ejaculação na boca. É provável que o aumento de volume dos fluidos infectados possam resultar num aumento da exposição ao vírus e que evitar a ejaculação na boca possa diminuir o risco de transmissão.
Q9. Será que outras infecções podem ser transmitidas através do sexo oral?
R9. As infecções sexualmente transmissíveis como a gonorreia, a clamídia, a sífilis, o vírus herpes simplex, o HPV, e o vírus da hepatite B podem ser transmitidas através do sexo oral.
Q10. O que pode ser feito para diminuir o risco de transmissão por via oral?
R10. A utilização de preservativo durante o sexo oral pode diminuir o risco de transmissão do VIH e outras infecções pela actuação de uma barreira de protecção contra os fluidos corporais (ex. esperma, fluidos vaginais).
O que é o VIH/sida?
A Sida é provocada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), que penetra no organismo por contacto com uma pessoa infectada. A transmissão pode acontecer de três formas: relações sexuais; contacto com sangue infectado; de mãe para filho, durante a gravidez ou o parto e pela amamentação.
O VIH é um vírus bastante poderoso que, ao entrar no organismo, dirige-se ao sistema sanguíneo, onde começa de imediato a replicar-se, atacando o sistema imunológico, destruindo as células defensoras do organismo e deixando a pessoa infectada (seropositiva), mais debilitada e sensível a outras doenças, as chamadas infecções oportunistas que são provocadas por micróbios e que não afectam as pessoas cujo sistema imunológico funciona convenientemente. Também podem surgir alguns tipos de tumores. Entre essas doenças, encontram-se a tuberculose; pneumonia por Pneumocystis carinii; candidíase, que pode causar infecções na garganta e na vagina; citomegalovirus, que é um vírus que afecta os olhos e os intestinos; toxoplasmose que pode causar lesões graves no cérebro; criptosporidiose, uma doença intestinal; sarcoma de Kaposi, uma forma de cancro que provoca o aparecimento de pequenos tumores na pele em várias zonas do corpo e pode, também, afectar o sistema gastrointestinal e os pulmões. A Sida provoca ainda perturbações como perda de peso, tumores no cérebro e outros problemas de saúde que, sem tratamento, podem levar à morte. Esta síndrome manifesta-se e evolui de modo diferente de pessoa para pessoa.
Sintomas
A fase aguda da infecção com VIH ocorre uma a quatro semanas após o momento do contágio. Algumas pessoas apresentam sintomas semelhantes aos de uma gripe, como febre, suores, dor de cabeça, de estômago, nos músculos e nas articulações, fadiga, dificuldades em engolir, gânglios linfáticos inchados e um leve prurido. Calcula-se que pelo menos 50 por cento dos infectados tenham estes sintomas. Algumas pessoas também perdem peso e outras, ocasionalmente, podem perder a mobilidade dos braços e pernas, mas recuperam-na passado pouco tempo.
A fase aguda da infecção com VIH dura entre uma a três semanas. Todos recuperam desta fase, em resposta à reacção do sistema imunológico, os sintomas desaparecem e observa-se um decréscimo da carga vírica. Os seropositivos vivem, depois da fase aguda, um período em que não apresentam sintomas, embora o vírus esteja a multiplicar-se no seu organismo o que pode prolongar-se por diversos anos. É neste período que se encontram, actualmente, 70 a 80 por cento dos infectados em todo o mundo.
Na fase sintomática da infecção (mas ainda sem critérios de Sida), o doente começa a ter sintomas e sinais de doença, indicativos da existência de uma depressão do sistema imunológico. O doente pode referir cansaço não habitual, perda de peso, suores nocturnos, falta de apetite, diarreia, queda de cabelo, pele seca e descamativa, entre outros sintomas.
A fase seguinte na evolução da doença designa-se por Sida e caracteriza-se por uma imunodeficiência grave que condiciona o aparecimento de manifestações oportunistas (infecções e tumores). A evolução da infecção descrita acima, designada como “Evolução Natural da Infecção” pode, actualmente, ser modificada pelo tratamento com os fármacos anti-retrovíricos, podendo os seropositivos nunca chegar a uma fase sintomática da doença. Diagnóstico O diagnóstico faz-se a partir de análises sanguíneas para detectar a presença de anticorpos ao VIH. Estes anticorpos são detectados, normalmente, apenas três a quatro semanas após a fase aguda, não podendo haver uma certeza absoluta sobre os resultados nos primeiros três meses após o contágio. As primeiras análises a um infectado podem dar um resultado negativo se o contágio foi recente. Por isso, os testes devem ser repetidos quatro a seis semanas e três meses após a primeira análise.
O período em que a pessoa está infectada, mas não lhe são detectados anticorpos, chama-se «período de janela». Aos seropositivos realizam-se também testes de carga vírica para avaliar o nível de VIH no sangue. Estes, juntamente com os exames para efectuar a contagem de células CD4, são fundamentais para fazer um prognóstico sobre a evolução da doença. Se a carga vírica for elevada e a contagem das células CD4 baixa, e se o seropositivo não começar a fazer tratamento, a doença progredirá rapidamente. Os testes à carga vírica são, igualmente, importantes para avaliar a reacção do doente aos tratamentos. Os dois exames são, geralmente, repetidos de três em três meses. Uma pessoa saudável tem entre 500 e 1 500 células CD4 por mililitro de sangue. A seropositividade transforma-se em Sida quando as células CD4 baixam para menos de 200 por mililitro de sangue, ficando assim o organismo mais desprotegido e tornando-se um alvo fácil das chamadas doenças oportunistas.
No caso dos recém-nascidos, filhos de mães seropositivas, os testes aos anticorpos só têm completa validade ao fim de 18 meses, já que os anticorpos existentes no seu organismo podem ter sido herdados da mãe. Ao fim desse período, se a criança não apresentar anticorpos é porque o VIH não se encontra presente e o bebé torna-se seronegativo. Nestes casos, pode também fazer-se uma análise para detectar a presença de material genético do vírus.
Contágio
Através de sangue, sémen, fluidos vaginais, leite materno e, provavelmente, dos fluidos pré-ejaculatórios dos seropositivos. O VIH não se transmite pelo ar nem penetra no organismo através da pele, precisando de uma ferida ou de um corte para penetrar no organismo. A forma mais perigosa de transmissão é através de uma seringa com sangue contaminado, já que o vírus entra directamente na corrente sanguínea. A transmissão por via sexual nas relações heterossexuais é mais comum do homem para a mulher, do que o contrário, porque o sémen é mais virulento do que os fluidos vaginais.
O contágio pode ocorrer em todos os tipos de relação, seja vaginal, anal ou oral, já que as secreções vaginais ou esperma, mesmo que não entrem no organismo, podem facilmente contactar com pequenas feridas e cortes existentes na vagina, ânus, pénis e boca. As relações sexuais com mais riscos são as anais. De mãe para filho, o vírus pode ser transmitido durante a gravidez, o parto ou ainda através da amamentação. O VIH pode encontrar-se nas lágrimas, suor e saliva de uma pessoa infectada. Contudo, a quantidade de vírus é demasiado pequena para conseguir transmitir a infecção. É durante a fase aguda da infecção, que ocorre uma a quatro semanas após a entrada do vírus no corpo, que existe maior perigo de contágio, devido à quantidade elevada de vírus no sangue. Actualmente, a transmissão por transfusão de sangue ou de produtos derivados do sangue apresenta poucos riscos, uma vez que são feitos testes a todos os dadores.
Prevenção
Usar sempre preservativo nas relações sexuais, não partilhar agulhas, seringas, material usado na preparação de drogas injectáveis e objectos cortantes (agulhas de acupunctura, instrumentos para fazer tatuagens e piercings, de cabeleireiro, manicura). É, também, preciso ter atenção à utilização de objectos, uma vez que, se estiverem em contacto com sémen, fluidos vaginais e sangue infectados, podem transmitir o vírus.
Sida (VIH) – Os Riscos
Como é que se “apanha” Sida?
Na maior parte dos casos, por relações sexuais não protegidas, mas também por partilha de seringas e contactos com sangue infectado.
Por que é que é importante usar preservativo para ter relações sexuais?
Quando és penetrada/o, o pénis do teu parceiro contacta com as células que revestem a tua vagina e/ou o teu recto que conseguem absorver o fluido, permitindo assim que o vírus entre em contacto com a corrente sanguínea. As células que revestem o teu recto são particularmente delicadas, sendo como tal facilmente danificadas. Basta uma pequena abrasão para que se torne ainda mais fácil a passagem do vírus. E o recto é praticamente uma segunda casa para o VIH (Sida), já que apresenta uma elevada concentração dos glóbulos brancos que ele infecta.
Contudo, se usares preservativo, o vírus não conseguirá penetrar no teu corpo. Muito embora o VIH (Sida) seja muito pequeno, ele não consegue passar através do látex.
Posso “apanhar” sida se penetrar o meu companheiro mas não deixar que ele me penetre?
Sim, se não usarem preservativo. Penetrar é menos arriscado do que ser penetrado, mas um risco menor não implica ausência de risco. A penetração só é segura mediante o uso do preservativo.
Se uma pessoa for seropositiva, as células que revestem o seu recto e/ou a sua vagina podem conter vírus; ou o seu recto e/ou a sua vagina pode sangrar como resultado da penetração. Em qualquer dos casos, se penetrares alguém seropositivo sem preservativo corres o risco de absorver o vírus através do teu pénis – quer por pequenas abrasões na pele sensível da glande do pénis, quer através da uretra (o tubo através do qual saem a urina e o sémen). Um preservativo protegerá o teu pénis e a tua saúde.
Posso apanhar sida se não usar preservativo mas usar muito lubrificante?
Sim, muito embora o risco possa ser menor do que se não usares nada. Os lubrificantes, tais como os que podes usar juntamente com os preservativos, diminuem a probabilidade do pénis e das células do recto e/ou da vagina ficarem danificados durante a penetração. Quanto maior for a quantidade de lubrificante, mais suave é a penetração, menor é o risco de estragos. Contudo, mesmo que nem o teu pénis nem as células do recto e/ou da vagina fiquem danificados, o VIH pode ser absorvido para a tua corrente sanguínea se tiveres sexo não protegido com alguém seropositivo.
Preciso de usar preservativo se quer eu, quer o/a meu/minha parceiro/parceira formos seropositivos?
Se abandonares os preservativos, ficas em risco de te infectares com um tipo de VIH ligeiramente diferente daquele que tu tens. Tal como já dissemos, o VIH muta, produzindo novas versões de si próprio. Estas novas versões podem ser resistentes às drogas que estejas eventualmente a tomar. Podem também ser uma carga adicional para o teu sistema imunitário.
Se és seropositivo/a e só tens sexo com seropositivos, tens também de ter em conta que, se não usarem preservativo, ficam em maior risco de contraírem outras infecções transmitidas sexualmente. As pessoas com VIH podem ter maior dificuldade em combater estas infecções. Existem também estudos que comprovam que pessoas seropositivas que contraem outras doenças sexualmente transmissíveis se tornam mais susceptíveis de progredirem para SIDA do que as outras pessoa infectadas com VIH.
É inevitável que apanhe o vírus se tiver uma relação sexual não protegida com alguém seropositivo?
Não. Muito embora o sexo não protegido seja a maneira mais fácil de se contrair VIH, nem toda a relação sexual não protegida com alguém seropositivo passa o vírus. A razão para tal é que existe uma diferença entre ser-se exposto ao vírus e realmente ficar infectado por ele.
Assim, se tiveres sexo não protegido com alguém que seja seropositivo, não assumas imediatamente que ficaste infectado/a. Não se sabe bem por que é que isto sucede – pode ter a ver com a concentração de vírus nos fluidos corporais do/a seropositivo/a.
A quantidade de vírus que cada homem apresenta no seu sémen e no seu sangue varia de tempos a tempos. Actualmente, pode ser medida a concentração do vírus no sangue através de um teste chamado teste de carga viral. Se a tua carga viral for baixa – talvez porque as drogas que tomas estão a fazer efeito, diminuindo a taxa a que o vírus se multiplica – isso significa que tens uma baixa concentração de vírus no teu sangue. Contudo, isto não significa necessariamente que a concentração de vírus no teu sémen seja igualmente baixa. Por outras palavras, uma carga viral baixa não significa que sejas menos infeccioso.
Pelo contrário, se fores seropositivo e apresentares outra infecção transmitida sexualmente, tal como gonorreia ou sífilis, ou se tiveres sido infectado pelo VIH muito recentemente, então podes ser extremamente infeccioso – ou seja, podes apresentar concentrações muito elevadas do vírus quer no sangue, quer no sémen.
Ao mesmo tempo, se não fores seropositivo mas apresentares uma doença sexualmente transmissível que não o VIH, podes ser mais susceptível de ser infectado por ele. Pensa-se que os homens não seropositivos que são parceiros activos sem preservativo apresentam um maior risco de contraírem o VIH de um parceiro seropositivo se estiverem infectados com outras doenças sexualmente transmitidas (DSTs).
A questão aqui é que nenhum de vocês saberá necessariamente se o outro é ou não seropositivo. E mesmo que o saibam, nunca saberão quão infeccioso ele/ela é. E mesmo que assumam que é menos infeccioso/a, isso não significa que não seja infeccioso/a de todo.
Dito tudo isto, se por qualquer razão tiveres relações sexuais não protegidas com alguém que seja seropositivo, então não assumas imediatamente que estás infectado. Não entres em pânico e faz o teste. E continua sempre a usar o preservativo.
Pode-se apanhar sida por fazer sexo oral a alguém?
Sim, mas o sexo oral é menos perigoso do que as relações sexuais (activas ou passivas). O risco torna-se ainda menor se, no caso do teu parceiro ser um homem, ele não ejacular na tua boca. Mesmo que o faça, a saliva contém substâncias que inibem a infecção por VIH. Para além disso, a ejaculação não ficará durante muito tempo na tua boca – vais cuspi-la ou engoli-la, certo? E se a engolires o ácido do teu estômago destruirá o vírus.
Mas se a tua boca estiver danificada de algum modo – se sangrares das gengivas (ou tenhas uma infecção como a gengivite – caso em que devias ir ver o dentista), dores de garganta ou uma úlcera na boca (sinal de que estás com gripe ou perto disso) – então devias evitar fazer sexo oral a alguém. E se acabaste de fazer uma cirurgia oral há pouco tempo – como a remoção de um dente, por exemplo, então nem sequer penses nisso antes de teres recuperado totalmente.
As drogas recreativas também podem causar problemas. Esfregar cocaína nas gengivas, por exemplo, pode danificá-las, tornando-te mais susceptível à infecção. E certas drogas – como o ecstasy – podem fazer com que mordas a parte de dentro da tua boca, o que não é certamente uma boa preparação para se fazer sexo oral a quem quer que seja.
Mesmo que a tua boca esteja em perfeitas condições, não escoves os dentes nem uses o fio dental antes de fazeres sexo oral, uma vez que podes facilmente magoar as gengivas. As lavagens bocais são também desaconselhadas, uma vez que podem remover certas substâncias da tua boca que te podem ajudar a proteger contra o VIH. Se quiseres refrescar o teu hálito antes das intimidades experimenta esfregar pasta de dentes nos dentes e gengivas. Ou come um rebuçado. Alguns homens preferem usar preservativo para o sexo oral. A escolha é tua.
Posso apanhar sida por me fazerem sexo oral?
Na prática não, uma vez que a saliva de uma pessoa infectada apresenta concentrações muito diminutas do vírus. Contudo, se a pessoa que te fizer o sexo oral apresentar lesões na boca ou nas gengivas, existe um risco mais elevado de transmissão da infecção
Pode-se contrair sida através das drogas injectáveis?
Só se partilhares as agulhas, caso em que ficas em riso de te injectares com sangue de outra pessoa. Injectares-te com o sangue de uma pessoa infectada é uma maneira infalível de contraíres VIH. E isto é o que pode acontecer se os utilizadores de drogas injectáveis partilharem agulhas.
Se for infectado/a saberei?
Possivelmente. Quando alguém é infectado pelo VIH tende a apresentar sintomas semelhantes aos de uma gripe – sentem-se febris e com o corpo dorido. Contudo, a menos que saibas que poderás ter sido exposto ao VIH, então não associarás o facto de estares com sintomas de gripe ao de estares infectado/a. Provavelmente pensarás apenas que estás com gripe. A única forma de saberes de certeza se estás ou não infectado é fazendo um teste.
Fonte: Sida (VIH) - Os Riscos | Planeamento Familiar
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