O que são Doenças Sexualmente Transmissíveis?
As Doenças Sexualmente Transmissível (conhecidas como DST) transmitem-se através do contacto sexual, embora a relação sexual não seja a única forma de transmissão, apenas a mais frequente. Durante muitos séculos estas doenças foram designadas doenças venéreas, por estarem directamente ligadas ao acto sexual e por ser Vénus o nome da deusa que, segundo os Romanos, "tutelava" as questões amorosas.
Estas doenças contraem-se por contacto uma pessoa infectada, que pode ou não exibir sinais exteriores da doença (trata-se de um portador, uma pessoa que está infectada, transmite a doença mas não apresenta - ainda - os sintomas).
Por o ambiente que rodeia os órgãos sexuais ou ligados ao acto sexual (vagina, pénis, ânus, boca) ser quente e húmido, ele constitui um habitat ideal para o desenvolvimento dos microorganismos patogénicos que provocam a doença.
No entanto, algumas DST, como a sífilis, podem transmitir-se da mãe (que pode não saber estar infectada) para a criança durante o parto, causando sérias lesões ou até a morte do bebé.
Quais as Doenças Sexualmente Transmissíveis que existem?
Além da SIDA; as doenças sexualmente transmissíveis mais comuns são:
Sífilis (conhecida em alguns meios como "cancro duro")
A sífilis é uma doença venérea que tem consequências em todo o organismo. Cerca de três semanas após o contacto sexual com uma pessoa infectada, surge uma ferida não dolorosa, localizada nos órgãos genitais, na boca ou no ânus, conforme o tipo da relação sexual infectante. Simultaneamente há um aumento dos gânglios linfáticos na região afectada, que se tornam duros e geralmente não dolorosos. Na mulher, esta ferida ou ulceração pode localizar-se na vagina ou no colo do útero e, por isso, não é visível.
Algumas semanas depois, mesmo sem tratamento, as feridas cicatrizam, mas a infecção continua no organismo. Semanas ou meses depois, aparecem manchas no corpo, que atingem as palmas das mãos e plantas dos pés. As manchas não dão comichão e podem ser acompanhadas de febre, mal estar, dor de garganta e rouquidão. Neste estado, chamado período secundário sifilítico, os sintomas podem desaparecer sem tratamento, permanecendo no entanto a infecção.
As grávidas infectadas podem transmitir a doença ao bebé.
Gonorreia ou blenorragia (conhecida em alguns meios como "esquentamento")
A gonorreia é causada por uma bactéria chamada Neisseria gonorrhoeae, que pode viver nas membranas mucosas que protegem a garganta, o colo do útero, a uretra ou o ânus.
No homem, a doença surge normalmente três dias após a infecção. Os principais sintomas são: ardor ao urinar, corrimento amarelado ou pus no canal urinário, por vezes com cheiro fétido. Na mulher, a infecção localiza-se habitualmente no colo do útero e pode não provocar sintomas.
Esta doença cura-se facilmente recorrendo ao tratamento correcto.
Infecção por Chlamydia trachomatis
Esta infecção é semelhante à gonorreia. O local da infecção depende do tipo da relação sexual que originou o contágio. No homem, aparece corrimento escasso, ardor mais ou menos intenso ao urinar, sintomas estes mais frequentes de manhã. Na mulher, na maior parte dos casos, a infecção não produz sintomas, podendo ocasionar corrimento ligeiro. No entanto, se não for tratada a tempo, a infecção pode alastrar, ocasionando uma inflamação nas trompas e nos ovários, que pode provocar infertilidade.
A infecção por clamídia cura-se facilmente recorrendo ao tratamento correcto.
Herpes genital
Esta doença é provocada pelo vírus Herpes simplex. A doença manifesta-se pelo aparecimento na área genital de pequenas manchas avermelhadas, que provocam sensação de queimadura, sobre as quais surgem pequenas bolhas ou vesículas que ao fim de alguns dias rompem, ocasionando feridas que se cobrem de crostas. Após cerca de uma a duas semanas as lesões curam sem deixar cicatrizes.
O herpes genital é doença crónica recorrente, ou seja que evolui por surtos, sendo o intervalo entre eles variável. Há medicamentos que tratam as lesões de herpes e prolongam os intervalos livres de doença. Não há ainda nenhum medicamento que cure definitivamente a infecção.
O herpes não é uma doença grave embora seja incómoda quando surge com intervalos curtos. Enquanto existirem lesões na pele ou mucosa genital há perigo de contágio para o(a) parceiro(a), pelo que a actividade sexual deve ser suspensa.
As mulheres grávida com história de Herpes Genital devem informar o seu médico sobre a doença, para que sejam tomadas as medidas necessárias para que não haja contágio do bébé durante o parto.
Hepatite B
A hepatite B é uma infecção provocada por vírus e que ataca o fígado. Este vírus vive no sangue, na saliva, no suor, no esperma e no corrimento vaginal. Muitos casos de hepatite resultam da partilha de agulhas e seringas infectadas, mas a transmissão sexual é também frequente. O risco de contrair hepatite B é oito vezes superior ao de contrair SIDA.
A infecção pelo vírus da hepatite B pode não provocar qualquer queixa, ou apresentar sintomas ligeiros como cansaço, náuseas e dores. Pode também dar origem a icterícia, o que faz com que a parte branca dos olhos e a pele se tornem amarelos e a urina fique muito escura.
A doença pode ser muito grave, até mortal. Algumas pessoas infectadas passam a ser portadoras e transmissoras do vírus.
Existe vacina contra a hepatite B.
Pediculose púbica (conhecida em alguns meios como "chatos")
Os piolhos do púbis são parasitas dos pêlos à volta da vulva, do pénis e do ânus. Podem aparecer na roupa interior como pontos vermelhos ou acastanhados. O contágio pode acontecer por contacto sexual ou através da roupa. Par os elimonar é aconselhável rapar os pêlos do púbis pois tal torna mais fácil o controlo da doença, que deve ser tratada por um médico especialista. A roupa interior e a roupa da cama deve ser lavada e fervida.
Sinais graves de alerta
A observação de qualquer alteração estranha nos órgãos sexuais justifica uma ida ao médico.
No caso da mulher, é alarmante notar:
Líquidos vaginais brancos e com mau cheiro.
Comichão ou sensação de queimadura na vulva, na vagina ou no ânus.
Sensação de ardor ao urinar.
Lesões na pele e mucosas dos órgãos sexuais.
Dor na parte inferior do abdómen, sobretudo quando esta se repete com frequência.
No caso do homem, há que tomar medidas quando notar:
Corrimento, tipo pus, a sair do pénis.
Lesões na pele e mucosas dos órgãos sexuais.
Sensação de ardor ao urinar.
Após detectar estes sinais, a pessoa afectada deve alertar os parceiros sexuais, habituais ou ocasionais, a fim de que também eles (mesmo que não apresentem sinais exteriores de contaminação) procurem um médico.
É muito importante que as pessoas que apresentem estes sinais não se tratem sozinhas, com cremes, comprimidos ou "receitas caseiras/tradicionais" mais ou menos infalíveis, sem terem consultado um médico.
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