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domingo, 9 de abril de 2023

1º ciclo | Áreas da Educação Sexual - Área 3: Expressões da sexualidade

Justificação

Na identidade sexual, já parcialmente trabalhada no ponto II, para além das questões relacionadas com o género, inscrevem-se as questões relacionadas com os papéis sexuais (Forreta, 2002).

Os papéis sexuais estão presentes ao longo de toda a vida e, ao contrário da identidade sexual, mudam de acordo com as mudanças sociais e com as novas competências que vão sendo adquiridas, (Badinter, 1993; Calderone, 1979; Félix, 1995; López & Fuertes, 1999; Zapian, 2001, referidos por Félix, 2002). É nas mudanças sociais que os educadores (pais, educadores e professores) têm um papel importante (Félix, 2002), devendo questionar-se as características consideradas culturalmente como próprias de um ou outro sexo, procurando não as reforçar. Ao mesmo tempo, deve procurar-se desenvolver actividades de compensação que contribuam para eliminar estas atitudes e comportamentos discriminatórios (Espinosa, 1999b), transmitindo valores e atitudes igualitários (Villegas, 1993).

Por sua vez, a família assume-se como a instância social com o papel mais determinante no desenvolvimento e na educação da sexualidade da criança, quer pela importância dos vínculos afectivos entre filhos e pais, quer pela influência destes como modelos de observação quotidiana (Marques et al., 2000).

Assim, o desenvolvimento da sexualidade dependerá da interacção entre as motivações internas e os relacionamentos interpessoais, mas será também fortemente influenciada pela forma como é vivido o quotidiano familiar na esfera afectiva-sexual (Sampaio et al., 2007).

A forma como este quotidiano é vivido em cada família, dependerá em primeira instância do tipo de família e das teias relacionais que dentro dela se estabelecem. Deste modo, será importante abordar as diferentes tipologias de família existentes em cada grupo de crianças, procurando aceitá-las e valorizá-las.

Partindo da realidade familiar de cada criança, deverá também ser promovido o conhecimento das várias profissões, a sua valorização social, o questionamento do “género “ das mesmas e o reconhecimento do trabalho doméstico (Espinosa, 1999b).

Objectivos pedagógicos

Alcançar conhecimentos sobre:

Os papéis sexuais;

As divisões sexuais do trabalho e das tarefas domésticas;

As famílias.

Trabalhar atitudes:

De reconhecimento da importância das capacidades, qualidades pessoais e preferências na escolha de uma profissão, em detrimento do género;

De reconhecimento do trabalho doméstico como uma tarefa colectiva;

De reconhecimento e aceitação das diferentes formas de estrutura familiar existentes.

Trabalhar e construir competências para:

Escolher uma profissão, conscientemente e livre de estereótipos sexuais e de género;

Colaborar nas tarefas domésticas e familiares;

Cooperar em ambiente familiar e valorizar os vários tipos de famílias existentes.

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